Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

17 outubro 2008

Xenofobia


NOTA DE ESCLARECIMENTO - Nossa... Foi um longo período desde a última postagem. Mais de dois meses!!! Não foi descaso - pensava em meu blog quase todos os dias. Também não foi falta de tempo, apesar de tudo estar muito corrido, mesmo. Tampouco falta de inspiração, pois o Senhor tem cuidado de mim e me dado experiências de vida inigualáveis, sobre as quais eu poderia passar dias escrevendo e escrevendo. Foi só um tempo para organizar as idéias, passá-las para o papel, a fim de que, de forma ordenada, eu pudesse voltar a me dedicar a este espaço tão amado por mim, lido por pessoas não menos amadas! Desculpem a demora. Aqui vai o texto. Paz!

Xenofobia: xe.no.fo.bi.a, feminino. Aversão apresentada diante do diferente, um medo do desconhecido. A primeira vez que ouvi esta palavra foi em alguma aula de História Geral, no Ensino Médio, referindo-se aos espartanos, que cultivavam uma aversão aos estrangeiros; professor explicou seu sentido. Mas isso não vem ao caso...

Recentemente esta palavra me voltou à mente, pelo justo motivo de meu subconsciente ter sondado meu "HD cerebral" em busca de uma descrição para o que eu estava sentindo. Estava com medo de encarar algumas novas situações em minha vida. Dentre elas, a nova igreja. Por vezes penso que caí lá de pára-quedas, mas então páro para refletir e vejo o cuidado de Deus em colocar situações e pessoas em minha vida que sempre me levam ao lugar onde Ele me quer: o centro da Sua vontade. Aconteceu muito rápido e me deu medo. Creio que, no fundo, quase todos nós somos um tanto xenófobos. "Será que o Senhor me quer mesmo aqui? Será que tem um lugar pra mim no meio de tantos ministérios já formados e estruturados? Será que vou conquistar o amor e confiança desses irmãos?". Muitas perguntas inundavam a minha mente e parecia que em cada uma delas vinha carimbado: XENÓFOBA. Medrosa. Covarde.

O fato é que sempre perguntei muito a Deus onde eu deveria estar para que o agradasse com mais eficácia. [Como se Deus fosse me amar um pouco mais ou um pouco menos por causa disso...]. O problema é que sempre pensei no "centro da vontade de Deus" como um ponto geográfico onde o Senhor nos coloca e onde devemos servi-lo com obediência e dedicação. Daí minhas dúvidas, dilemas e buscas por respostas na Bíblia e em pregações. Até que a inusitada brisa do Senhor soprou em uma conversa com uma amiga (que nem imagina o quanto foi usada pelo Pai) - "Fabi, pra quem deseja servir a Deus com todo o coração, o lugar é o que menos importa. Deus sempre tem um cantinho em qualquer lugar deste mundo pra quem deseja servi-lo". Senti um baque, daqueles que sempre sinto quando o Senhor me abre os olhos para coisas novas. Minha convicção de que Deus tem um lugar geográfico para cada um foi por água abaixo. O "centro da Sua vontade", para minha vida, levo comigo aonde quer que eu vá. [Não estou, em momento algum, defendendo a teoria de que devemos andar errantes, sem que sejamos pastoreados. Só estou querendo expor que não há de se viver em medo quando o Senhor nos coloca diante do novo e do inusitado].

A xenofobia foi-se embora e, em seu lugar, está até hoje um sentimento tão grande de liberdade, que me dá vontade de a todo momento gritar o quanto Deus é bom e como está comigo "mesmo no vale da sombra da morte" (Cf. Salmo 23). E desde então minha vida tem sido basicamente experimentar o novo de Deus a cada dia...

10 agosto 2008

Da morte para a vida


Há algumas semanas eu estava relendo a história da morte de Lázaro (João 11) quando tive um "insight" (como diz uma professora minha). Fiquei amadurecendo a idéia e procurando respostas na Palavra acerca do assunto.

Eu gosto de falar dos impossíveis. Mais ainda do Deus dos impossíveis. A Bíblia, tanto no Velho Testamento (Gênesis 18:14), quanto no Novo Testamento (Lucas 1:37) deixa claro que o impossível está restrito ao homem e aos demais seres da Criação, mas não ao Criador. Ao Senhor, TUDO é possível.

Lázaro. Irmão de Marta e Maria, amigo de Jesus. Quando Lázaro adoeceu e mandaram avisar Jesus, este esboçou tranqüilidade a até aparente descaso quanto à situação de seu amigo. Ora, Ele era o próprio Deus! Bastava uma palavra sua, ainda que de longe, para que Lázaro fosse curado. Mas não. Parecia que Jesus não queria, ou que estava muito ocupado naquela cidade. Quando, enfim, Lázaro morreu, Jesus se prontificou a ir até Betânia.

Em sua chegada lá, como já era previsto, o discurso de Marta e Maria foi: "Senhor, se tu estiveras aqui, meu irmão não teria morrido". Isso me levou a lembrar que muitas vezes pensei que o Senhor não ouviu minhas orações, ou que chegou tarde demais para resolver meus problemas. Como disse no início, procurei respostas na Palavra para saber o motivo de Deus se calar diante das mais fervorosas orações, nas mais acirradas tribulações de nossa vida. E como o Pai é bom - até quando penso coisas horríveis Dele, que definitivamente não fazem parte de seu caráter absolutamente ilibado, Ele me corrige em amor.

Tudo está ligado ao desejo do Senhor em nos moldar. Fazer-nos entender que Ele tem Seu próprio tempo de fazer as coisas e que este tempo está intrinsecamente ligado ao nosso amadurecimento espiritual. Muitas vezes, nossos pedidos ao Senhor têm que alcançar o patamar do impossível para que Ele venha a agir. No caso de Lázaro, teve de chegar à morte para que Jesus ordenasse o Seu querer - a vida! E Lázaro ressuscitou para que fosse demonstrada a glória do Pai.

Em nossa caminhada com Deus não é muito diferente. Pedimos, sofremos, clamamos ainda mais e, quando tudo parece impossível, vem o Senhor e faz o milagre. Assim não resta dúvida de que foi o Seu agir, e não nosso esforço; o Seu tempo, e não o nosso. A Palavra fala que a semente precisa morrer para que dê fruto: "Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto" (João 12:24). Mesmo a morte, o "ponto final da vida", não é algo definitivo para Deus. Ele pode muito bem revertê-la, como fazer nascer algo novo, que dê muitos frutos. Devemos pensar assim com relação aos nossos sonhos, anseios, problemas que estão nas mãos de Deus. Mesmo que pareça já não ter jeito, o Senhor nos prova que pode transformar a morte em vida, a semente em fruto, o feio em bonito, o impossível em possível. Basta crer.

Desde o início, quando informaram a Jesus que Lázaro estava doente, o Senhor assegurou: "Esta enfermidade não é para a morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela" (João 11:4). E cumpriu Sua promessa. Ora, antes mesmo de nascermos, Jesus também falou que não devíamos nos inquietar, mas colocar tudo em Suas mãos. Então, por que duvidar?

"E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? {Pois a todas estas coisas os gentios procuram.} Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" (Lucas 6:27-34).

Dançar além da dança...

Ainda há quem nos pergunte por que preferimos as praças às igrejas, a dança de rua ao ballet clássico, o impactante ao monótono, o surpreendente ao previsível. Deus tem um plano para esta geração e nós temos que acordar para isso.



*Extraído do Mosaicla's Channel do Youtube, da Comunidade Mosaic de Los Angeles.

27 julho 2008

Tão perto e tão longe...



"Entidade metafísica de natureza superior à minha". Eu já ouvira falar de Deus de várias formas: "força maior", "o lá de cima", "o todo-poderoso", "o cara", ou simplesmente "Ele". Algumas até desrespeitosas, mas aquela primeira me surpreendeu. Vou até repetir: "entidade metafísica de natureza superior à minha" - ouvi-a em minha aula de especialização. Acho que a pessoa que falou quis dar abrangência ao termo, ou ainda exacerbar, mesmo que de forma levemente irônica, a importância e imponência desse ser que rege todo o universo.

Distância - foi o que senti. Vi que a pessoa colocou o bom Deus num patamar de tal modo inalcançável, que teve de utilizar-se dessa qualificação para se referir a Ele. É claro que a Bíblia fala de Seu poder, de Sua onisciência, onipotência e onipresença. Sabemos que Deus é Deus e nada é impossível para Ele. No entanto, a meu ver, em momento algum Deus se pôs em uma posição de distância da humanidade. Embora muitas pessoas hoje se perguntem "onde está Deus?" frente às grandes catástrofes mundo afora, a Palavra de Deus nos mostra o quanto Ele sempre esteve perto. Mesmo no deserto (cf. livro de Êxodo) foi claro o cuidado (não faltou comida e as vestes do povo de Israel não se desgastaram) e presença de Deus (a nuvem de fumaça durante o dia e a coluna de fogo durante a noite). Até mesmo Jonas, que tentou fugir de Deus, pôde buscar Sua presença dentro da barriga do peixe. Ok, ok - tudo isso parece conto de fadas (embora eu acredite piamente que tudo seja a mais pura verdade!). Então busquemos ver a atenção de Deus para conosco na própria criação, neste mundo lindo, na perfeição com que funciona o organismo do ser humano. Difícil mesmo seria crer que tudo isso nasceu de uma grande explosão, hum?!

Este Deus "próximo" tem cuidado de mim durante toda a minha vida. Mesmo nos momentos em que eu cheguei a duvidar de Sua presença (como já descrevi no texto Dandelion, neste mesmo blog), Ele mostrou que, apesar de tremendo, também é um Deus personalíssimo, que trata pessoal e intimamente com cada um de nós. E por conhecê-lo desta forma, não poderia apelidá-lo de "entidade metafísica de natureza superior à minha". Faria mais justiça chamando-o de Pai, Jesus querido, meu amado, meu amigo e companheiro. Não é, de forma alguma, faltar-lhe com o respeito ou rebaixar-lhe de Sua soberania; antes é retribuir-lhe o imenso interesse e cuidado que tem conosco, dia após dia.

Te amo, Paizinho! Mais e mais a cada dia...

24 junho 2008

"A festa surpresa só começou..."

"Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." (Provérbios 4.18)

Dei de cara duas vezes com este versículo na última semana e, pela fé, tomei-o para minha vida. No último post havia falado como as coisas de Deus às vezes são absurdas aos olhos humanos. A verdade é que o Pai, quando percebe que nossa vida não está sendo construída sobre sólido fundamento, derruba tudo para poder reconstruir com perfeição.

Houve um tempo em que eu esperava várias coisas de Deus. Daí escrevi um texto nesse blog chamado "Festa Surpresa". E ontem mesmo falei com um amigo sobre esse texto, sobre como Deus é cuidadoso conosco e só prepara o melhor para nossas vidas. Soou como profecia para mim mesma - ontem à tarde recebi o resultado de uma seleção de emprego que eu estava fazendo e, percebam, FUI CONTRATADA!!! Meu amigo falou: "E tua festa supresa está só começando, Fabi! Vai ser igual a uma festa de 15 anos!". Glória a Deeeeus! Eu recebo! Sei que o Senhor ainda tem muitas promessas a cumprir em minha vida!

O versículo fala que a vereda dos justos é como o raiar do sol, que, aos poucos, torna o dia claro. O justo, aqui, não é "o cara", o bonitão pra Deus. Neste sentido, a Bíblia fala que não há sequer um ser humano com este perfil (cf. Romanos 3:10). O justo, é aquele justificado pela fé em Cristo, ou seja, aquele que tem Jesus como seu Salvador e que encontra Nele o seu exemplo de vida. Nesta segunda categoria sei que posso me incluir. Então, é promessa do Senhor para mim que minha vida será assim, como o raiar do sol - e o sol subirá e resplandecerá até ser dia perfeito! Se nossa vida está nas mãos do Senhor, sob Seu soberano controle, Ele faz com que ela brilhe. Não que tudo nela seja perfeito e próspero, mas há sempre uma diferença ao se comparar com a vida daqueles que correm confiando em suas próprias forças. Nossa força, confiança e orgulho têm que estar no Pai, que nos criou e que escreveu toda a nossa história. Assim sendo, poderemos esperar que as surpresas de Deus em nossa vida sejam cada vez mais radiantes, como o sol.

Mas o que sinto com mais convicção em meu coração, neste momento, é que nenhuma conquista valeria a pena e me traria tanta alegria se eu não soubesse que foi dada pelo Senhor. Nada tem muita graça se não for com Ele. Só Sua presença é que traz alegria permanente ao coração.

E que venha o dia perfeito...

11 junho 2008

Nada de óbvio!


Eu estava vendo um comercial de TV onde um homem já "quarentão" falava sobre tudo o que ele pensava que ia acontecer em sua vida e que, de fato, não ocorreu como ele imaginava. Realmente... Tem certas coisas em nossa vida que, exatamente quando as damos por certas, concretizadas, pétreas, Deus vem, dá uma "bagunçada" e você vê que não era pra ser nada daquilo que você estava projetando.

O comercial me fez pensar: as coisas de Deus não são nada óbvias. O profundo desejo do Senhor para a vida dos Seus é algo verdadeiramente insondável. Na verdade, nem sei por que me surpreendi - lá em I Coríntios 1:27-29, Paulo já nos alertava: "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele". Davi era o mais franzino de seus irmãos. José do Egito, o caçula sonhador. Abraão e Sara, estéreis. Moisés, um gago medroso. Raabe, uma prostituta. Pedro, um pescador iletrado e de cabeça-quente. Paulo, um perseguidor e assassino de cristãos. Jesus, um homem pobre que desobedecia as leis e andava com gente mal-falada. Há alguma lógica em algum desses ser predestinado para marcar a História? Nenhuma! E você, quem é? O que tem feito? Por onde tem andado? Para Deus, pouco importa, pois, graças à Sua misericórdia, Ele não age sob a lógica humana.


No momento em que colocamos nossas vidas nas mãos de Deus, Ele se propõe a fazer conosco uma linda reconstrução. Falo aqui não do momento em que aceitamos Jesus como nosso Senhor e Salvador, mas no instante em que percebemos que nossa entrega a Ele tem que ser TOTAL, de TODOS os aspectos de nossa vida. A partir daí, Deus faz da nossa vida o que Ele quiser. E neste processo é muito provável que algumas reviravoltas aconteçam. Algumas certezas titubearão, outras tantas cairão, a fim de que o Senhor vá fixando em nossos corações somente aquilo que Ele de fato tem para nós.

É ruim ver um plano dar errado, um sonho se frustrar, um ideal morrer, ou ter que voltar atrás quando já andamos metade do caminho. Porém, como diz Paulo em I Coríntios 13:9, "porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos". Nós sonhamos dentro da limitação de nossas mentes; só queremos até onde nossos olhos alcançam. Aquilo com que tanto sonhamos pode ainda não ser a plenitude do que Deus tem para nós - Ele tem mais, Ele quer nos dar o melhor. A continuação do capítulo diz: "Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado" (I Coríntios 13:10). Quando virmos se concretizar a perfeita vontade de Deus para nossas vidas, até esqueceremos o que estávamos sonhando antes dela! Acho até que diremos: "Onde é que eu estava com a cabeça quando desejei isso?".

Vale a pena DEMAIS servir a esse Deus maravilhoso, não por todas as bênçãos que Ele tem a nos dar, mas por essa incrível caminhada de fé e preciosos ensinamentos - nada óbvios ou lógicos - que Ele tem para Seus filhos.

03 junho 2008

Não, obrigada!


Dia desses, eu estava conversando com um amigo que me contava ter feito uma tatuagem. Somente contava, nada - como se não bastasse o relato, ele me mostrou as fotos de todo o doloroso processo. Doloroso até de ver. Não me contive em minha curiosidade e fiz a pergunta mais clichê de todas - "Doeu muito?", "Fabi, - ele respondeu - no começo até dói, mas depois a gente se acostuma com a dor". Noooossa. Acostumar-se à dor? Aquilo foi profundo, pelo que passei a refletir sobre o assunto.

Creio que, filosoficamente falando, na abrangência da palavra viver, está implícito o sentimento da dor. A gente já começa a vida aqui do lado de fora do ventre materno sentindo dor: a dor do frio cortante, a dor de sentir as paredes de nossos pulmões se “despregando” uma da outra para que o ar entre, a dor da luz entrando pela primeira vez em nossos olhos, ou mesmo a dor da palmada do médico para que a gente chore. O choro dura até que encontramos o aconchego dos braços quentes de nossa mãe e do seio que por um tempo nos dará o alimento. Mal sabemos que este é só o começo da grande montanha russa da vida, onde oscilaremos entre momentos de extrema alegria e de dores tremendas.

Sentir dor é normal. É humano. Mas “acostumar-se à dor” foi algo que soou novo aos meus ouvidos. Passei a refletir se, alguma vez na vida, eu já havia deixado que a dor se estabelecesse de tal forma em meu coração que eu me acostumei à sua presença constante. Creio que sim. E creio que isso já aconteceu com você também. Episódios ocorrem em nossa trajetória neste mundo e nos causam dor lacerante no coração. A dor da morte de alguém que se ama, a dor de planos que foram frustrados, a dor de uma traição, de um elo de amizade rompido, a dor de uma depressão que não se cura. Às vezes a dor se entranha de tal forma que parece ter-se aderido à nossa própria personalidade. Aí o semblante decai, o brilho no olho desaparece, a postura se enverga e a pessoa passa a não viver a plenitude do que Deus tem para sua vida; está sempre com aquele fardo da dor sobre suas costas. Acostumou-se a levar aquela carga; muitas vezes nem se lembra quando tudo aconteceu, mas é certo que a dor está ali, aderida ao seu coração.

Por que Deus permite que Seus filhos sintam dor? Será que Ele se agrada em ver nossas lágrimas? De modo algum. Sua Palavra está repleta de mensagens que deixam claro que Deus se compadece da dor de Suas ovelhas: “Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?” (Salmo 56:8); “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). Quando estamos debaixo da mão de Deus, ou seja, sob esta proteção especial que somente Seus filhos têm, até mesmo a dor é fruto da vontade permissiva de Deus para que sejamos moldados. “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (2 Coríntios 7:10); “Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza do rosto torna melhor o coração.” (Eclesiastes 7:3). Até a pior dor no coração que um servo de Deus venha a sentir, deve trazer-lhe à consciência que o Senhor está no comando, contando cada lágrima que cai e moldando seu caráter.

Mas o que me veio mesmo ao coração através de toda essa experiência foi uma frase de Jesus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Se temos a certeza de que estamos andando conforme a vontade do Senhor, a dor nada mais é do que um aperfeiçoamento, um treinamento. Não podemos deixar que ela nos abata e nos tire do caminho perfeito que o Senhor tem trilhado para nós. Assumamos nossa dor e, antes que ela se infiltre nas paredes de nosso coração, entreguemo-la ao Senhor dos Exércitos, ao rei Jesus. Entremos em júbilo nos átrios do Pai para adorá-lo em tempo bom ou ruim, em dor ou em regozijo. Quando decidimos adorar a Deus pelo que Ele é e por tudo o que já fez, mesmo em tempo de agonia, vemos que a dor e o sofrimento vão embora e dão lugar a um sentimento de paz e a uma “estranha” confiança de que tudo vai dar certo. E, confiando no que Jesus falou, sabemos que Ele toma todas as nossas cargas, pesos, tribulações, preocupações, coloca em Suas costas e, ao tempo certo, nos livra daquela dor. No lugar dela, restam perseverança e ESPERANÇA, e um caráter inabalável. Sentir a dor e saber entregá-la a Deus é sinal de desenvolvimento em nosso relacionamento com Ele. Acostumar-se à dor? Passar a vida rastejando? Não, obrigada. Isso seria “andar pra trás”.

"E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que atribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." (Romanos 5:3-5)

“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer inabaláveis.” (Efésios 6:13)

29 maio 2008

Mucunã - Fazendo a diferença...


No último final de semana, nós, da Missão Exército da Luz, estivemos em Mucunã, um bairro de Maracanaú, que, por sua vez, é um município da zona metropolitana de Fortaleza.

De pronto fomos avisados acerca do perfil da comunidade - um bairro meio desprezado, onde predominam a violência e as drogas. Este binômio sempre é resultante de ausência absoluta de Deus na vida das pessoas. Ótimo, pois passamos tanto tempo dentro de nossas igrejas, nos enchendo de tanto amor, graça e paz, que temos que buscar regiões áridas da presença de Deus para poder compartilhar essa porção tão abundante que Deus tem nos dado. Um grupo de cerca de 40 pessoas aceitou o desafio. E fomos.

Depois de uma noite mal dormida por causa dos mosquitos (há quem diga que eram verdadeiros helicópteros!), tomamos café e começamos as atividades - um grupo permaneceu no colégio fazendo ação social, enquanto outro saiu às ruas para falar de Cristo. Fui neste segundo.

Para nossa surpresa, encontramos muitos lares abertos para a Palavra de Deus. Um carpiteiro largou o que estava fazendo e disse: "É pra falar de Deus??? Podem entrar!". Deu-nos ouvidos e cremos que a Salvação de Deus entrou naquela casa. Mal sabia ele que, ao entrarmos ali, lembramos do próprio lar de Jesus, devido ao ofício semelhante ao de José. Em outra casa, um casal demonstrou uma sede maravilhosa em aprender mais de Deus e pediram-nos uma bíblia. Andreya foi o nosso maior presente pela manhã - uma jovem muito bonita, que nos contou que seu coração já vinha sendo tocado por Deus, que a chamava a ler Sua palavra, a conhecer mais Dele. Oramos com ela, entregando seu coração e seus caminhos a Jesus e, quando abrimos os olhos, ela estava chorando. Acho que não sei descrever a alegria que inundou meu coração e o de meus companheiros de evangelismo - Ítalo e Iuri - ao vermos aquela cena. Ganhamos o dia.

Como se não bastasse, à tarde, no atendimento jurídico, tivemos a oportunidade de oferecer uma solução alternativa aos problemas daqueles que vieram em busca de conselhos: a justiça que só o Senhor pode operar! Vieram até nós pessoas com o coração abalado por causa de pendências judiciais; para a glória de Deus, saíram daquela sala pessoas fortalecidas em fé e esperançosas de que, nas mãos de Deus, todos os problemas têm solução.

À noite... impactante. Creio que me converteria, se já não tivesse a Salvação. Tudo muito impactante.

O que mais me chamou a atenção neste dia foi a alegria incomparável que inundou os nossos corações desde a hora em que acordamos. Foi reluzente a ponto de uma pessoa, em uma das casas, perguntar se eu não tinha problemas, se a vida com Jesus espantava todos os males. "Que sorriso é esse?", perguntaram. Senhor... só Tu sabes. O sorriso daqueles que temem a Deus e o amam de todo coração é algo sobrenatural. Vai além das circunstâncias em que vivemos. Sobrepõe qualquer problema que venhamos a passar. E o Senhor ainda dá uma unção especial àqueles que estão a fazer a Sua obra. Foi o que senti naquele dia - uma vontade de gritar de tanta felicidade por ter o Senhor em meu coração. É ISSO que mostra a nossa diferença às pessoas que ainda não conhecem Cristo. De pouco adiantaria entrarmos naquelas casas cheios de teologias e de conhecimento bíblico; se as pessoas não vissem diferença real em nós, não teriam vontade de ter o Deus que temos. E, para a glória de Deus, ocorreu assim. Mucunã foi um lugar de vitória de Jesus Cristo. Quero que o Senhor me dê ocasião a voltar lá e ver os frutos das sementes que plantamos.

Obrigada, Jesus! Te louvo...

19 maio 2008

Pensando no alto...


Um post rápido para expressar só uns pensamentozinhos que me vieram à cabeça e ao coração nesta tarde...

Estava tão atribulada hoje... Tinha que resolver mil coisas, pagar umas contas, enfim, me desdobrar em mil para cumprir mil compromissos numa única tarde. Fui ao Centro da cidade e, na correria entre uma fila e outra, parei numa esquina para esperar o semáforo me permitir atravessar a rua. Passei a mão na testa e olhei para o céu - estava azul, sem nenhuma nuvem e, ao longe, pude ver um daqueles aviões que fazem desenhos de fumaça no céu. Ele havia deixado uma trilha imensa e branca. Em questão de segundos, pensei tantas coisas e, quando cheguei em casa, sentei logo ao computador para despejar tudo aqui, antes que se percam os pensamentos no tempo e na memória triplamente falha de Fabiana.

Pensei nos últimos dias que tenho vivido - trabalho, estudos, mais estudos por vir, compromissos na igreja, ensaios de dança, CORRERIA! Muitas vezes, com tantas atividades (e nelas incluo até as atividades para o Senhor!), criamos uma "visão rasteira". Só olhamos para aquilo que está imediatamente à nossa frente. Naquele momento, naquela esquina, aquele aviãozinho me chamou a atenção. Na verdade, me levou até outra dimensão - a dimensão do Espírito de Deus, e é nela que o Senhor quer que andemos em todo o tempo.

Enquanto estamos em nosso corre-corre diário, o Pai, dos altos céus, se ocupa em buscar formas de manter suas ovelhinhas com a mente e o coração nas coisas e sentimentos divinos. Vê se pode?! Deus... se ocupando... com nossa desatenção nas coisas do alto. Mas é verdade. Já dizia o salmista: "O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus" (Salmo 14:2). Seus olhos estão voltados para nós e, carinhosamente, ele ainda envia sinais para chamar nossa atenção.

O caso do avião é bem particular. É algo que, desde a infância, me fascina. Quando eu ainda pensava que as nuvens eram algodão-doce, cria piamente que esses aviões eram auxiliadores nessa tarefa. A ilusão passou, mas o fascínio por estes desenhos no céu continua. Naquele momento o Senhor me tirou, ainda que por segundos, da rua, da correria, das preocupações, da terra. Pude olhar para o céu e sentir a paz e o silêncio na alma, como se estivesse dentro do avião. Desafiei-me, então, a passar o resto do dia assim, pensando no céu, nas coisas de Deus, em como Ele é bom, cuidadoso, carinhoso, amoroso.

E ainda tem gente que insiste em dizer que Deus não existe...

08 maio 2008

Sempre adiante...


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (Fernando Pessoa)

Dia desses, eu estava escutando uma música da Fernanda Brum, Por um momento assim. Falava sobre alguém que, encontrando um lugar agradável, construiu uma casa em uma ladeira e ali ficou. Não se preocupou em perguntar, nem descobrir o que havia mais adiante. Só que o Senhor sempre lhe falava: “Sobe mais alto e maravilhas tu verás!”.

Ambos – o pensamento de Fernando Pessoa e a música de Fernanda Brum – tocaram-me no mesmo sentido: a Palavra de Deus que nos diz que “... as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”, em II Coríntios 5:17. Deus está sempre buscando uma forma de nos mostrar que andar com Ele é ANDAR, não estacionar (como ouvi na pregação de ontem).

A nossa caminhada com Deus é a ladeira de que fala a música. Ela é sempre crescente. Deus quer que vivamos sempre em novidade de vida, sempre descobrindo novas coisas. No entanto, algumas vezes nos agradamos em permanecer em algum ponto de nossa caminhada, ou seja, algo nos leva a estacionar e ali permanecer. Isso pode ocorrer por causa de um emprego, um relacionamento ou mesmo uma condição ministerial. Nosso coração se sente confortável ali – é tranqüilo, sem turbulências, tudo esquematizado, sem muitas surpresas... PERFEITO! É tudo o que um ser humano quer – estabilidade. Só que isto não é o melhor que Deus tem a oferecer. E garanto que, mesmo embaixo do teto e sob o calor dessa casa da ladeira, algumas vezes somos levados a pensar: “O que há mais pra cima?”.

A questão é que nunca saberemos se não arriscarmos. Na mesma música, após o convite do Senhor, dizendo que podemos ver maravilhas se seguirmos adiante, Ele previne: “Mas a tempestade poderá chegar!”. As tribulações podem vir e já não estaremos protegidos por um teto seguro. Ocorre que, quando estamos debaixo da perfeita vontade de Deus – caminhando, subindo, seguindo adiante – Sua proteção e cuidado sobre nós é infinitamente superior do que qualquer estrutura humana poderia proporcionar. É enfrentar vento, tempestade, frio e saber que tudo aquilo é um treinamento para o que há de vir: mais uma surpresa incomparável do Senhor.

Como Fernando Pessoa deixa claro, temos uma escolha a fazer. Penso que seja diária essa opção. Devemos acordar e optar por, naquele dia, colocar tudo diante do Senhor e perguntar o que Ele quer de nós, onde quer que caminhemos, o que quer que façamos. Senão corremos perigo de viver uma vida cristã limitada dentro de nós mesmos, de nossos pequenos sonhos e medíocres desejos.

26 abril 2008

Para pensar...


"Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. Por eu amar a Deus, meto-me a pé pela estrada fora, coxeando penosamente para o levar aos outros homens. E não reduzo o meu Deus à escravatura. E sou alimentado com o que ele dá a outros. Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca."

Antoine de Saint-Exupéry, in 'Cidadela'

23 abril 2008

O poder que se aperfeiçoa na fraqueza



Em meu PG na igreja – Pequeno Grupo C9 (amo vocês!!!) – estamos estudando as viagens de Paulo. No princípio foi estranho, porque sempre costumamos abordar mais lições “espirituais” (segundo as julgávamos) e não são muitas as vezes que paramos para analisar aspectos históricos da Bíblia. No entanto, estamos vendo que, por cada um ter o Espírito Santo tão vivo e transbordante dentro de si, é impossível que leiamos a Palavra fazendo uma simples análise histórica. Afinal, ela própria não se autodenomina “viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12)?

Lendo todo o percurso de Paulo no livro de Atos, tiramos muitas lições preciosas. Talvez uma a cada versículo. A cada nova cidade, vemos um milagre de Deus, um agir poderoso, vidas sendo tocadas pelo Evangelho, o sobrenatural do Senhor se fazendo sempre presente. Maravilhoso!!! No entanto, ao terminar este livro, lendo os respectivos comentários de minha Bíblia, algo me chamou muito a atenção.

Paulo e eu temos algo em comum. (Até ri depois de escrever esta frase – quanta pretensão! E não foi isso que "me chamou muito a atenção", não! Calma! Falarei logo ali na frente). Explico: dedicamo-nos à escrita. Escrevo todos os dias numa agenda, escrevo para o informativo da igreja, escrevo cartas aos amados, escrevo no blog... escrever é minha forma de expressão mais transbordante. Não sei se Paulo tinha prazer em escrever, pois as suas cartas foram redigidas mais por necessidade de cada igreja à qual se destinavam. Mas tudo indica que o Senhor colocou no coração de Paulo esse desejo de extravasar a graça e amor do Pai através da escrita. E ser movido pelo coração de Deus, isso sim, era o maior prazer da vida de Paulo.

A partir de sua segunda viagem missionária, ele ia escrevendo, fosse para fortalecer, fosse para exortar as igrejas que tinha ajudado a fundar. Minha atenção se prendeu no fato de que seu período de maior produção literária foi durante o que alguns chamam de sua quarta viagem missionária. “Alguns” se deve ao fato de que não foi bem uma viagem planejada com o intuito de fazer missões – Paulo estava preso, sendo levado à Roma para ser julgado. Acabou sendo um trajeto de missões porque em todo o tempo Paulo teve a oportunidade de provar a fidelidade de Deus em sua vida e ganhar pessoas para Cristo.

Isso me tocou simplesmente porque, nos momentos difíceis, temos a tendência de nos calar até para as pessoas mais próximas, fechando-nos em nós mesmos. Calamos até o nosso coração e ele fica impossibilitado de se mover no sentido que Deus quer que ele se mova. Aí olhamos para Paulo, que sabia ser feliz em toda as situações (cf. Filipenses 4:11), e mesmo no seu momento de maior dificuldade – sua prisão – estava permitindo que Deus o enchesse com medida superabundante, a ponto de transbordar através de suas cartas.

Seja qual for a nossa prisão (física ou espiritual), não podemos deixar de ouvir a voz de Deus. E mais, devemos permitir que Ele nos use, por mais que sintamos ser isto impossível pelas circunstâncias. Talvez o Senhor tenha nos colocado em meio a cadeias para nos mantermos quietos e prestando atenção no momento em que Ele quer falar mais alto aos nossos ouvidos.

Paulo se dispôs e, notem, os frutos gerados por suas cartas, escritas em tempos difíceis, brotam até os dias de hoje, tocando corações e salvando vidas. Tudo isso porque ele permitiu que o poder de Deus se aperfeiçoasse em sua vida, mesmo num momento de aparente fraqueza (cf. II Coríntios 12:10).

01 abril 2008

Dia da Verdade



1º de abril. Por incrível que pareça, não recebi nenhum e-mail sobre a origem desse dia, ou com piadinhas infames, e ninguém me pregou peça alguma. Com tanta mentira que o povo deve ter contado por aí, refleti mesmo foi na verdade da presença de Deus em nossas vidas.


Estava pensando no quanto este dia foi especial pra mim. Não, não aconteceu nada impressionante nem bombástico; na verdade, mal saí de casa (fui na livraria comprar umas coisas, e só). Apenas refleti na capacidade que Deus tem de fazer com que dias ordinários ou ruins sejam transformados em um aprendizado gostoso e bonito.


Hoje acordei triste. Meu dia estava sem cor. Só que, quase que imediatamenté após o sentimento da tristeza, veio em minha mente uma música do Diante do Trono que diz:


Onde quer que eu esteja, Senhor
Em um vale ou alta montanha
O que faz o meu dia ter cor
É a beleza da Tua companhia
Não importa o lugar se comigo o Senhor está
Com muito ou pouco sou feliz
Não importa o que está do lado de fora
És o meu tesouro, estás dentro de mim

Tua presença
Tua presença faz toda a diferença
Tua presença
Tua presença tranforma o meu deserto em um jardim secreto
Lugar de intimidade contigo
Tu és tudo o que eu preciso


Noooooossa, como essa música me tocou. Eu estava triste, mas sabia que só a presença do Senhor na minha vida era o bastante pra eu me alegrar de novo. A mudança não foi assim, rápida como um raio, mas ao longo do dia e graças a verdadeiros anjos de Deus (eles sabem quem são), tudo foi mudando. E cá estou eu, com uma alegria "inexplicável" em meu coração, ao fim do dia que amanheceu nublado, escuro. Deus me dê a graça de viver como Paulo - "...porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação" (Filipenses 4:11).


Há muita verdade de Deus na vida daqueles que o buscam. Mesmo num escuro 1º de abril.

Paz do Senhor a todos!

11 março 2008

Um tesouro no OUTRO...


“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6:19-21)


Hoje, meio que “sem querer”, li este trecho da Palavra. Estava procurando outra passagem, mais parei nele. Inevitavelmente, fui levada a refletir sobre o que seriam estes “tesouros sobre a terra” e “tesouros sobre o céu”. Os da terra o próprio Jesus se encarregou de citar: tudo o que, com o tempo, perece. No entanto, me ative mesmo foi em desvendar esses “tesouros do céu”...
Com tanta coisa para encher nossos olhos aqui na terra, tirando nossa atenção das coisas do Pai, foi até demorado trazer à memória esses tesouros de Deus. Mas depois que o primeiro inundou meu coração – a PAZ fora do entendimento, que só o Senhor pode dar e que o tempo não pode nos tomar – os outros foram surgindo como que em cascata: bondade, paciência, amor ao próximo e a tudo o que Deus criou, ardor no peito para proclamar as boas novas de Jesus, anseio de ter mais de Deus... O interessante é que, enquanto estivermos aqui na terra, com exceção desta sede de ter mais intimidade com Deus, nenhum outro tesouro dá para se buscar sozinho – eles precisam ser praticados e/ou compartilhados com alguém. Aí me veio à mente: a importância que o OUTRO tem em nossas vidas para chegarmos perto de Deus.

Enquanto estava escrevendo este texto, num domingo antes do culto, parei para olhar a cena ao meu redor: os irmãos do louvor montando os instrumentos, outros arrumando cadeiras, alguns chegando para o culto e cumprimentando os que lá já estavam... Juntos, compartilhando o amor de Deus e trabalhando na Sua obra – ajuntando tesouros no céu. Pensei: “se um dia eu perdesse isso, meu coração se entristeceria profundamente”.

É fato que, na maioria das vezes em que Deus mais me abençoou, foi através desse OUTRO, o próximo. Um OUTRO cheio de defeitos, manias, como eu. Um OUTRO que talvez eu nem gostasse ou nem tivesse muito contato. Ou OUTRO que eu amasse tanto que talvez fosse até previsível saber que ele iria me abençoar. Deus é especialista em nos tocar através do OUTRO, promovendo, além da Sua bênção, a comunhão entre os irmãos.

Sei que há uma grande variedade de tesouros dos céus que podemos buscar aqui na terra e nos deliciar com as maravilhas de Deus nas coisas que o tempo não corrói. Mas a AMIZADE, contato, calor humano e essa benção de Deus nos dar amigos mais chegados que irmãos é o que sempre me impressiona. Ultimamente tenho tido mais sede de abraçar, de falar que amo, de dar ouvido a desabafos ou mesmo histórias triviais, de apertar a mão e profetizar bênçãos. Assim estou me arriscando a receber mais do Senhor e a entender Sua essência de amor profundo e incondicional.

Ensina-me, Senhor, a ver o OUTRO sempre como um canal de bênção em minha vida e verdadeiro tesouro dos céus. Amém.

07 fevereiro 2008

Por tudo que Tu és...


Ouvindo o louvor "Magnificai o seu santo nome...” parei para prestar atenção na frase "por tudo que tu és". Penso que, ao mesmo tempo em que há muito que falar DELE, há a impossível tarefa de dizer “tudo que Ele é”, mesmo assim, me arrisco a dizer um pouco do que Ele tem sido para mim, para minha família, para meus amigos, mesmo sabendo que jamais conseguiria dizer “tudo”.

As principais características deste Deus-Supremo seriam:
A Onipotência: poder absoluto sobre todas as coisas;
A Onipresença: poder de estar presente em todo lugar; e,
A Onisciência: poder de saber tudo.

Vasculhando um pouco mais sobre as características de Deus que posso ver concretizadas ao longo de uma convivência com Ele, me deparo com uma que me dá segurança: Ele é JUSTO, pois dá alegria para os retos de coração, mas consome os inimigos no fogo de sua justiça. (Salmos 96).
Ele também é SANTO, um dos motivos para ter temor a um ser tão superior que os homens devem se prostrar ante os pés dele (Salmos 99:5). Mesmo assim, Ele responde aos que o adoram. Através de exemplos históricos, Moisés, Arão e Samuel. Sabemos do seu perdão para que houvesse comunhão com o Deus santo. (Salmos 99:8).
Deus é FIEL, certo professor de Filosofia que tive disse que, ao ver nos carros a frase: DEUS É FIEL, vinha a imagem de uma pessoa carregando Deus em uma coleira como a um cachorro, conhecido pela sua fidelidade ao homem. Em 2 Tm 2:13, diz que se formos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a Si mesmo. Que alívio!!! As bênçãos do Senhor são incondicionais, se fosse ao contrário, o que seria de nós? Pensar que a benção é condicional seria soberba. Ninguém, por mais que faça, merece que Deus escute e nos atenda. Agora, da mesma forma que permanece fiel a nós, permanece fiel à sua Palavra.
Deus é também ETERNO, tudo pode passar, menos Ele (Salmos 102:12), é PASTOR, no Salmo 100, o salmista nos convida para entrar no Templo com cânticos e ações de graças, porque Ele cuida de nós.
Davi chama a sua própria alma para bendizer ao Senhor por Ele ser MISERICORDIOSO em Salmos 103. O louvor não deve ser somente da boca para fora, mas feito com toda a força de “tudo o que há em mim” (1). Davi não queria esquecer de nenhuma de suas bênçãos: perdoa iniqüidades, sara enfermidades, redime a vida, mostra graça e misericórdia, abençoa o homem na sua velhice.
Ele não nos trata segundo os nossos pecados (Salmos 103:10), aí está motivo de sobra para toda alegria e esperança que possa existir nessa vida, pois característica mais linda que a GRAÇA do nosso Deus não pode existir. Nela está toda a grandeza do perdão que Ele nos oferece!
O caráter de Deus revelado a nós através da Bíblia, é como Sua "semente", (1 Pe1:23) porque ela reage com a nossa mente e uma nova criatura se forma dentro de nós, a qual tem as características de Deus (Tiago 1:18; 2 Co. 5:17). Portanto é propósito de Deus revelar o seu caráter e a essência do Seu para seus filhos, para que, pela obediência à sua Palavra, possamos desenvolver algumas dessas características em nós.

Por minha querida Milinha (Jamile Fernandes)

10 janeiro 2008

Fé em Deus e fé no que virá...


"Senhora, entre a Itália e a Áustria há uma parte dos Alpes chamada Semmering – é uma região das montanhas muito íngreme e alta. Assentaram trilhos nessa parte dos Alpes para ligar Viena e Veneza. Assentaram os trilhos antes mesmo que houvesse trem para percorrer o trajeto. Construíram porque sabiam que um dia o trem chegaria."

Isso fui eu, assistindo “Sob o sol da Toscana” dia desses. Ainda costumo me admirar como o Senhor é capaz de falar aos nossos corações por meios que, aparentemente, não têm nada a ver com Ele.

Às vezes tenho a sensação de que perdi a minha fé. Não que eu fique desanimada (se bem que isso também acontece), mas passo a viver a minha vida independente das promessas que Deus tem para mim – passo a traçar meus próprios propósitos, metas, caminhos. Não é de se admirar que, na maioria das vezes não dá nada certo ou, quando dá, não me sinto realizada.

Quando a gente coloca nossa vida nas mãos do Senhor, não adianta: só seremos felizes se aprendermos a depender Dele em TUDO – sentimentos, estudos, profissão, ministérios, relacionamentos. Ele, se quisermos e permitirmos, nos orienta em tudo.

Só que muitas vezes a gente quer se adiantar e fazer as coisas na frente do Pai. Ou então, tendemos a determinar: “Deus, eu quero assim!”. E não paramos para perguntar qual era a perfeita e agradável vontade Dele. E quando tomamos conta de nossa própria vida, acabamos por deixar a fé de lado. A fé de que Deus está no comando, fé de que Ele tem sempre o melhor, fé em tudo aquilo que cantamos nos louvores, mas não vivemos.

Quando assisti o filme e atentei para o que um dos personagens disse sobre os trilhos, voltei a entender que cada passo de nossa vida e caminhada com Deus é uma questão de fé (“voltei a entender” é porque volta e meia eu esqueço até os mais básicos princípios do meu relacionamento com Deus). É difícil começar a construir uma estrada sem saber se você vai ter carro ou forças para trilhá-la. Imaginem como foi para Noé construir uma arca porque Deus disse que haveria uma inundação num local onde não chovia há anos! (Cf. Gênesis 6). Além de ser alvo de zombaria, imagino com que freqüência ele se perguntou se tinha mesmo ouvido a voz de Deus, se não estava ficando louco. Ele era humano, assim como nós. Só que, ao contrário de muitos de nós, ele não deixou que sua racionalidade sobrepusesse a sua fé no Deus vivo.

Muitas promessas de Deus em nossas vidas estão esperando somente uma atitude positiva de nossa parte para que o Senhor as derrame ricamente. Não vivamos fazendo de conta que Deus não faz planos para nós. Isso impede o Seu mover em nossas vidas. Vivamos como se a bênção já estivesse em nossas mãos, vivamos PELA FÉ.

Ô coisa bonita é essa fé que o Senhor tem me ensinado. Que Ele nos abençoe sempre, sempre.