Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

24 junho 2007

Incompleta


Essa semana bateu uma saudade. Uma saudade triste... Não de pessoas ou de coisas, mas de um tempo, de um estado, para ser mais exata. Saudade de um “estado de espírito” que me fazia enxergar tudo com outros olhos. É que ando meio cansada, abatida. Tem sido muito difícil esperar em Deus tudo acontecer. Meu consolo tem sido ver que irmãos bem de perto estão passando pelas mesmas tribulações e Deus tem permitido que nós nos sustentemos em amor e palavras de ânimo.

Mas, voltemos à saudade. Vez ou outra parece que me falta um pedaço. E o pior é que na hora não sei identificar exatamente o que é. Muitas pessoas dizem que há um vazio dentro de todo ser humano que só pode ser preenchido por Deus. Esse meu vazio já está completo, graças a Ele! Conheço a Verdade e Jesus vive em mim. Essa outra saudosa lacuna de que falo é uma falta que me faz de estar buscando mais a Deus – agora identifiquei, hum?! Lembro de tempos da minha vida onde era tão fácil ouvir a voz do Pai, quando eu tinha tempo e disposição de, por horas a fio, dedicar-me somente a Ele. Tempos bons que vão e voltam. A velha montanha russa espiritual. Estou tentando retomar meu ritmo, mesmo em meio aos estudos, concursos e corre-corres.

Incompleta. É como me sinto quando não estou em plenitude de busca a Deus. Tudo piora. Meus olhos vêem defeitos, meu humor já não é tão bom, minha concentração foge, chega a dar até um desespero diante de algumas situações. Imagino, nessas horas, aqueles que não têm Deus. Vazio completo. De tempos em tempos tenho que parar mesmo e me dar o direito de sentir saudades da busca intensa ao Senhor, de noites em claro, de orações com o rosto no chão e muito choro de alegria em simplesmente estar em Sua presença. Assim tenho sede e tomo fôlego de começar tudo de novo – tentar voltar ao tão falado primeiro amor. E o Pai é tão fiel que me concede isso e me restaura todos os pedaços que faltam. Só Ele me completa e me faz feliz em todo o tempo.

Só me vem em mente o mais clichê dos Salmos que, talvez, se não fosse tão conhecido, saberíamos sentir a unção e segurança transmitida por ele: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará” (Salmo 23:1).

15 junho 2007

Quem sou eu?...


“Quem sou eu?” – é uma pergunta que me faço muitas vezes. Não por questões existenciais, mas porque caio na dúvida de saber quem tenho me tornado diante de Deus. Por quê? Ora “por quê”... Vai me dizer que você nunca se pegou fazendo coisas que logo em seguida se perguntou: “Por que eu fiz isso?”. Coisas totalmente incongruentes com o que você fala ou com seus tão “firmes” princípios. Frases ditas por impulso, atos não pensados, gestos egoístas...

Eu sou assim. Aposto que você também é. Não que eu queira justificar meus erros e deslizes dizendo que todo mundo erra, mas é porque nós – seres humanos – somos assim. Nós, cristãos, por várias vezes reclamamos do grau de perfeição que as pessoas que nos cercam exigem de nós. Mas será que já paramos pra pensar que muitos de nós exigimos isso de nós mesmos? Repito: eu sou assim. Às vezes me acho tão perfeita que posso apontar o dedo pro outro e julgá-lo.

Cheguei ao ponto onde queria chegar: é aí que se dão os meus tropeços. Por que será? Deus é o ÚNICO que possui a qualidade da perfeição, ninguém mais. Por isso nunca vamos chegar lá. Por isso também que Ele permite que erremos e continuemos errando sempre – para vermos que só Ele é perfeito, digno de louvor e adoração. Mas muitas coisas nessa vida nos levam a pensar que somos o próprio Cristo, temporão e recriminado no meio de tantas pessoas com mil defeitos. Estou pondo em minha cabeça: Fabiana, você não é perfeita! Aí entramos em parafuso – peraí, não era para lutarmos dia após dia em busca de fazer tudo direito, tudo conforme o que Deus estabeleceu para nós? Sim, era. Mas por partes... Explicando: na luta por seguirmos o exemplo de Cristo, por muitas vezes vamos tropeçar, cair, ou mesmo despencar, parecendo que nunca vamos levantar. Por um lado, temos que ter consciência de que sempre vamos errar, nunca vamos ser perfeitos e não há nada que possamos fazer para que isso mude. Por outro lado, não podemos nos desestimular em nossa luta. E, ao falharmos, devemos então saber nos erguer de imediato, conscientes de que muitas outras vidas dependem de nossa saúde espiritual. Nosso esforço por acertar nunca deve cessar – é isso uma das coisas que nos diferencia das pessoas que não conhecem a Deus.

Depois de toda a filosofia em torno de errar ou não errar, Deus falou ao meu coração através de uma música: “Meu maior desejo é saber quem Tu és em mim / Preciso tanto Te conhecer e responder ao Teu amor / Sei que posso alcançar Teu coração com meu louvor”. Precisamos saber quem Deus é em nós e quem somos para Deus. Nos enxergar com os olhos de Deus. Uma vez Ele me mostrou quem eu era para Ele e, apesar de esquecer muitas vezes, Ele sempre me recobra a memória desse dia. Max Lucado diz que Deus nos ama como somos, mas se recusa a deixar-nos desse jeito. É mais ou menos assim.

Deus é tudo em mim. Quando me afasto Dele por algum motivo, fico absolutamente incompleta e vazia. Aos olhos Dele, ainda estou descobrindo quem sou. O que já sei é que sem meu Deus querido não sou nada. Ele é o que há de bom em mim e longe Dele sou só defeitos e tropeços. Peço a Ele sabedoria para poder balancear tudo isso em minha vida: a tentativa de não errar; quando errar, reconhecer que sou falha mesmo; e sempre saber voltar imediatamente para Seus braços.

04 junho 2007

Sobre o amor...


Tenho lido sobre o amor. E quanto mais conheço o amor, mais me sinto desprovida dele e necessitada de que Deus me ensine a amar verdadeiramente. A leitura, especificamente: Reduza-me ao amor (Joyce Meyer) - recomendo demais! Em meio a lições sobre os vários tipos de amor pelas mais variadas coisas e pessoas, Deus tem me falado intimamente sobre um amor específico - o amor pela Sua obra.

Todos aqueles que têm Deus no coração têm uma necessidade, ainda que latente, de transbordar de alguma forma o imenso amor que o Pai nos dá. Aí que surge a obra de Deus, as igrejas, os ministérios, os gestos mais simples, enfim, a demonstração concreta do efeito multiplicador que a multiforme graça de Deus tem em nossas vidas (ver I Pedro 4:10,11).

Deus tem colocado muitas coisas no meu coração e às vezes eu me pergunto se Ele não poderia me desdobrar em três pra cumprir todos os sonhos que Ele me dá. Deu-me o talento de dançar, seguido do dom de adorá-lo com tudo o que tenho. Colocou pessoas em minha vida para que eu pudesse cuidar de sua caminhada. Deu-me um coração missionário e hoje sonho em dizer pro mundo inteiro que JESUS É SALVADOOOOOR!

Existe uma faceta do amor muito importante quando se está trabalhando na obra de Deus - O AMOR É INCONDICIONAL. "Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 8:38,39). Infelizmente o amor do homem não é assim. Vivemos impondo mil e uma condições para amar as pessoas - num momento, amamos de paixão e abraçamos e mandamos mensagens; no outro, quando a pessoa demonstra uma de suas imperfeições comuns a todos nós, não ligamos, ignoramos e até distratamos.

Nos nossos ministérios não tem sido diferente. Nosso amor pela obra de Deus é, muitas vezes, totalmente condicional. Estamos lá caminhando, trabalhando para Deus, quando, de repente, alguém faz algo errado - o pastor fala algo que me desagrada, um irmão falta aos ensaios do ministério, minha opinião diverge da maioria ou da liderança. Pronto! Basta isso para querermos desistir, pro propósito de Deus em nossa vida sumir de nossa vista e nós deixarmos de lado o outrora tão sonhado ministério. Não estou acusando ninguém - EU sou assim. MEU amor tem sido instável, volúvel.

Temos que aprender a vencer ou mesmo conviver com aquilo que (e, por que não, "quem") nos desagrada, a fim de alcançarmos sinceridade no nosso amor em servir. Só assim seremos "[...] firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão [...]" (I Coríntios 15:58). Só hoje estou aprendendo a amar incondicionalmente. E peço sabedoria a Deus para honrá-lo através de meus ministérios, sem culpar as pessoas ou as circunstâncias.

Glória a Deus por mais essa lição!