Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

09 julho 2013

De dentro da caixinha refrigerada

Dia desses estava com preguiça ocupada demais para fazer almoço, então juntei o povo de casa e fomos a uma conhecida rede de lanchonetes. Esta loja era nova, pelo que fiquei admirando a estrutura, o conforto das cadeiras e especialmente o clima frio que o ar condicionado proporcionava ali dentro. Ao subir as escadas e me deparar com uma grande vidraça, pude ver que lá fora, do outro lado da rua, uma catadora enfiava a cabeça dentro de um tambor de lixo, à procura de algo que lhe interessasse - talvez recicláveis, talvez comida.

Nessa hora me deu uma pontada no coração. Pensei em como podia ser isso, que na mesma cidade, no mesmo quarteirão, eu estivesse desfrutando do meu lanche dentro da caixinha refrigerada, que me proporcionava todo conforto do mundo, e outra pessoa estivesse debaixo do sol de rachar, procurando por comida na lata de lixo.

Não vim aqui discutir sobre a atual conjuntura da nossa sociedade, tampouco protestar para que os governantes se encarreguem de fazer alguma coisa para que aquela pessoa possa viver, morar e comer dignamente. Antes mesmo dos governantes, acho que cada um de nós pode fazer alguma coisa. A desigualdade pode ser, em parte, culpa do Governo, mas ela começa dentro das nossas cabeças. O que nos impede de atravessar a rua e levar um pedaço de sanduíche? Vou nem começar a elencar aqui nossas desculpas costumeiras, porque a resposta certa é NADA. Nada nos impede de, cada um na sua, esquecer a desigualdade e lembrar que lá em cima tem um Deus que nos ensina que somos iguais e que Ele nos ama igualmente.

E vamos embora mudar o mundo com amor.


"Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio." (2 Timóteo 1:7)


Nota: a foto refere-se a cena similar capturada durante os jogos da Copa das Confederações em nossa Capital.