Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

31 março 2009

Pérolas em um dia comum



Lendo recentemente uma reportagem do Washington Post, vi uma situação no mínimo curiosa: colocaram Joshua Bell (o maior violinista da atualidade) para tocar perto de uma estação de metrô da cidade. Durante 43 minutos, o músico expôs sua arte de forma majestosa diante de uma plateia... quase insignificante. Acreditem: pouquíssimas pessoas pararam para apreciar o violinista que, em vão, tocava uma peça de Bach em seu violino Stradivarius.

Enquanto que em um concerto seu não se pagaria menos que 100 dólares pelo ingresso, o músico conseguiu arrecadar dos transeuntes meros 32,17 dólares, excluindo os 20 dólares doados pela única pessoa que o reconheceu. Isso rendeu alguns dados em pesquisas sobre contingentes populacionais elevados e falta de memória dos cidadãos que vivem em grandes centros urbanos.

Creio que nós, cristãos de grandes centros urbanos, também sofremos de um deficit de memória quando o assunto é atentar para a ilustre presença de Deus quando nosso dia-a-dia é uma correria só. É difícil mesmo - não estou acusando ninguém e falo de mim mesma. Esta foto que coloquei no início deste post foi um momento de "lucidez" meu quando estava vindo para o trabalho na semana passada. Respirei fundo, olhei para o céu e lá estava ele - o perfeito arco colorido que celebra a fidelidade de Deus. Era como um Joshua Bell tocando maltrapilhamente perto de uma estação de metrô.

A presença de Deus em nossas vidas muitas vezes se dá dessa forma - tão simples que mal somos capazes de percebê-la. É fácil ver Deus nos grandes milagres ou buscá-lo em meio às tempestades. Mas a verdade é que o Pai se mostra presente em nossas vidas o tempo inteiro, tocando uma sinfonia de cuidados, carinhos e atenções por cada um dos Seus filhos. Mas nós, atordoados com nossos afazeres e cegos com a rotina, não percebemos. Convidei-me, desde então, a tentar apreciar Deus não só nas pequenas coisas, mas nos eventos extraordinários que invadem meu cotidiano e que, com certeza, vêm Dele para me chamar a atenção à Sua grandeza e soberania.

Vi a formiga pequenina que invadia minha mesa de trabalho, levando a migalha de bolacha que eu deixei cair perto do teclado - que força o Senhor dá até aos pequenos seres para trabalharem e honrarem o dom da vida. Senti no vento frio que a chuva trazia a bondade de Deus em nos dar esse tempo por vezes tão louco, mas que nos proporciona sensações e humores interessantes. Percebi que no dia em que eu chego mais desanimada, a amiga Elis (que tem um irmão que trabalha com flores) traz uma rosa muito cheirosa, o que me anima de vez - cuidado de Deus em nos fazer ver que o amor, aqui representado pelo carinho, é o que mais importa. Não há como não ver e não amar um Deus assim...

24 março 2009

E foi assim...



Dia desses, um dia "zero" no trabalho, estava meio sem ter o que fazer e decidi buscar no google books as versões que tinham da Bíblia, pra minha surpresa, achei uma edição de 1850. Então comecei a ler o "Primeiro Livro de Moyses chamado Genesis" (segundo a inscrição da época) e algo me chamou atenção: enquanto "Moyses" vai narrando sobre Deus em seus laboriosos feitos, pondo firmamento aqui, separando água ali, modelando bichinhos, gente e plantas, ele escreve em cada final de versículo: "E foi assim". Pôxa, tão simples, ele quis e foi assim, só!

Parando pra pensar na quantidade de vezes que eu quis escrever no final de alguma história "E foi assim". Nossa! Quantas vezes eu quis ser Deus na minha vida, como se isso fosse possível. Com quais pessoas teria me envolvido? Em quantos empregos diferentes ou faculdades teria feito? Onde estaria morando?

"Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu". (Mt 6.9,10).

Como novas criaturas, há uma urgência em atualizarmos a vontade de Deus em nossas vidas, definitivamente, só Ele realmente sabe o que é necessário para nós e pararmos de fazer birra feito criança. É por saber que Deus me ama tanto que me dá o que preciso e não aquilo que peço, que alívio, poder respirar fundo, mesmo quase nunca entendendo ou aceitando de imediato suas decisões e decido mais uma vez atualizar a oração “seja feita a tua vontade”

Esse senso da vontade de Deus, realmente não tem explicação, é fonte de conforto, só mesmo pela fé saberia explicar a esperança de discernir o que é bom e o que não serve para nós nesse momento, o que não quer dizer necessariamente que é mau. Por esse motivo, a Bïblia usa uma expressão sempre repetida: “Esperar no Senhor” e não no Antônio, no João ou na Maria.

Olhando para um passado não muito distante, sou profundamente grata ao meu Deus, pois não me trata como marionete, mas me dá graciosas opções, mesmo que eu olhe e diga: “mas eu queria que fosse assim, do meu jeito”. Ele sempre dá um jeitinho do coração se acalmar e entender, perceber que aquilo nem era tão bom assim como imaginava, amo essa liberdade que me prende à Sua vontade.

Isaías 1:19 “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra”.


Da amada amiga Jamile Fernandes

14 março 2009

Imagination is everything



Extracted from the book "Wild Goose Chase: Reclaim the Adventure of Pursuing God" by Mike Batterson:

According to the research of Rolf Smith, children ask 125 probing questions per day. Adults, on the other hand, ask only half a dozen probing questions each day. That means somewhere between childhood and adulthood, we lose 119 questions per day…. Unfortunately, at some point in our lives, most of us stop asking questions and start making assumptions. We stop gazing at the stars and start staring at the ceiling.

08 março 2009

Descombinando

Certo dia eu estava arrumada para sair e minha irmã falou: "Legal esse colar que você colocou. Só que não está combinando com nada." De fato - parei para pensar. Aparentemente, meu colar não combinava em nada com o resto de minha "produção". Eu disse aparentemente. Ele combinava com a fivela de minha sandália - ambos eram cor-de-rosa. Volta e meia tenho essa mania de combinar pequenas coisas, talvez até pensando que as pessoas irão perceber. Um anel e uma piranha no cabelo. Um brinco e o cinto. Só que não estou aqui para falar das frivolidades de meu modo de vestir, tampouco de peculiaridades do universo feminino. Parei para pensar como determinadas coisas em nossa vida parecem não combinar em nada com outras.

Tendemos a pensar na sincronia e proporcionalidade em nossa vida – assim como numa combinação de roupas e acessórios (onde o verde só combina com tons de verde), pensamos que o bem sempre traz o bem e o mal só acontece com pessoas ruins. Coincidentemente, uma amiga enviou-me um texto sobre um pastor falando disso que, para ele, é um “princípio espiritual”: você se esforça e tem sucesso, você ora e tudo acontece, você pratica a bondade e coisas boas te acontecem, porque Deus é justo e age em proporcionalidade com os nossos atos.

Creio que, conforme este pensamento, tudo seguiria uma espécie de “lei do merecimento”, segundo a qual daríamos a Deus o que Ele quer e Ele nos daria em troca o bem que supostamente merecemos. Questiono-me, então, por que coisas ruins acontecem com pessoas boas. Seria algum enorme pecado oculto que ela estaria escondendo e que a fez sofrer aquilo? Seria Deus um ser vingativo ou uma espécie de contador, que contabilizaria nossos pontos positivos e negativos?

Felizmente não tenho convivido com um Senhor que age desta forma – um Deus bom se você for bom, Deus ruim se você for ruim. Deus não é Papai Noel, que só dá presentes a meninos e meninas bonzinhos. Se Ele fosse seguir a tal lei do merecimento, é bem provável que só vivêssemos tristezas, pois no fundo somos totalmente imperfeitos se comparados ao nosso alvo – Jesus.

O certo é que às vezes, de nosso ponto de vista, há coisas que definitivamente parecem não combinar em nossas vidas. Se temos um relacionamento com Deus, se colocamos todas as angústias nas mãos Dele, por que coisas ruins teimam em acontecer?

A resposta pode estar num princípio simples, retirado de um dos salmos mais conhecidos: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará” (Salmo 23:1). Sempre pedimos e esperamos coisas boas da parte de Deus para nós. Volta e meia recebemos o que não pedimos ou não recebemos o que pedimos. É aí que não parece combinar. É frustrante. Só que o Senhor está observando todos os detalhes. Como falei no início do texto, o colar só parecia não combinar; na verdade combinava com a fivela da sandália. Não é diferente com as lições que o Pai nos dá através de experiências não tão agradáveis. Parecem não se encaixar no contexto, mas na verdade fazem parte dele, sim. Pelo simples motivo que quem sabe o que é melhor para nós é Deus e, segundo Sua Palavra, “nada nos faltará”. Não faltarão coisas boas, mas não faltarão repreensões e boas lições quando precisarmos.

No fundo, aquilo que parece não combinar com nossa vida de devoção e amizade com Deus, combina na medida em que Ele quer moldar nosso caráter, ver algo melhorando em nossa personalidade e que só pode ser aperfeiçoado através de fatos que julgamos “ruins”. Então, antes de reclamar ou questionar o porquê daquilo estar acontecendo, devemos procurar e ver se aquilo não está de fato combinando com algo que precisamos aprender ou mudar.

01 março 2009

Reformando!


Limpando a casa, trocando cores e quadros, preparando para publicar novamente.

"Eis que faço novas todas as coisas. (...) Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras." (Bíblia Sagrada, Apocalipse 21:5)