Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

16 dezembro 2007


“Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi há abundância de colheitas”. (Provérbios 14:4)

Há pessoas que, por medo, por apreensão ou mesmo por preguiça, desenvolvem a pretensão de sair desta vida “intactas”. Intactas no sentido de não sofrerem, não serem contrariadas, não terem grandes surpresas, não saírem de sua posição de acomodação e diplomacia. Com isso, acabam por desenvolver um caráter de neutralidade ou até indiferença com relação às mais variadas cenas da vida.

Conheço pessoas que temem relacionar-se. Não se aprofundam nas amizades, não cedem mais do que aquele limite de carinho com que estão acostumadas. Não ultrapassam aquela linha de fronteira que estabeleceram em suas próprias mentes e corações, evitando interações mais profundas com quem quer que seja. Tudo por medo de se magoarem porque, um dia, há muito tempo, investiram num relacionamento que não deu certo.

Há até mesmo quem, apesar de ter o coração cheio de sonhos ousados – pular de pára-quedas, ser astronauta, navegar pelos mares – nunca se aventuraria numa empreitada dessas, tão-somente por medo de machucar-se, mutilar-se ou morrer. Por isso deixa seus sonhos de lado e toca pra frente a sua vida como se nunca tivesse imaginado tais coisas.

Alguns não se arriscam na vida acadêmica ou profissional. A quantidade de conhecimento e experiência que têm, ainda que pouca, já parece ser o suficiente. Ademais, estudar, fazer cursos, reciclar-se, fazer hora-extra, parece muito trabalhoso. Com medo de perder o que já têm, estagnam-se na posição em que estão.

Na caminhada com Deus também ocorre isso. Muitos se conformam com o que já possuem; não sentem desejo de buscar mais, ou ignoram haver mais de Deus pras suas vidas. Por acomodação não se arriscam na oração mais fervorosa, no coração mais contrito, na meditação mais profunda. Chamam de loucos e com suposto respeito oram pelos missionários que largam tudo e saem mundo afora para falar de Cristo.

ARRISCAR-SE é a questão. O sábio, em seu provérbio, fala que o celeiro sem bois fica limpo. Em contrapartida, as terras pouco produzem. Aqueles que fogem das guinadas na vida mantêm-se estáveis – não sofrem grandes tristezas, mas perdem as grandes alegrias. Aqueles que não se arriscam em voar nas asas do Espírito, viver da graça e assim cumprir o propósito de Deus, podem até ter uma certa estabilidade, mas provavelmente nunca experimentarão o melhor que Deus tem a nos oferecer – Seu poder para fazer diferença neste mundo.

Creio que, num contexto cristão, os ousados têm mais a ganhar. Aqueles que olham para tudo o que já conquistaram em Deus e dizem: ”Senhor, eu quero mais! Eu sei que tu tens mais a me dar!”, sempre ganham o coração de Deus nesse sentido. Como diz o pastor André Valadão em sua música Obrigado Jesus: “É pouco, é muito pouco! Tem muito mais pra acontecer comigo! É grande, é muito grande cada promessa que eu tenho em Cristo”. Esse tipo de pensamento demonstra sede por parte de Seus servos. No entanto, aqueles que pensam já estar concluída a obra do Senhor em suas vidas, que não pedem mais, que têm preguiça de colocar o joelho no chão e clamar por seus impossíveis, esses ficarão estagnados, parados no degrau espiritual onde estão. Temos sempre que saber que “[...] Deus não dá o Espírito por medida” (João 3:34).

Neste provérbio, o Senhor tocou o coração do sábio para nos mostrar que sempre temos duas escolhas: 1) deixar nossos celeiros limpos e sem bois, ou seja, cruzar os braços e ver nossa vida passar, sem arriscar em nada, tentando sempre nos mantermos indiferentes; 2) ou criar os bois, que, mesmo sujando o celeiro, nos darão o fruto do seu trabalho, ou seja, nos arriscarmos sempre a fazer não a nossa vontade, mas a de Deus, mesmo não sabendo o que há de vir, mesmo sabendo que corremos riscos de rir ou de chorar, de sofrer ou regozijar-se, de cair, arranhar os joelhos, mas sempre levantar-se porque é a mão do Pai que nos sustenta. “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21).

Os riscos que Deus nos convida a correr são MARAVILHOSOS! Risco de viver intensamente o Seu propósito para esta geração escolhida para anunciar a volta de Cristo. Risco de experimentar um amor sobrenatural por pessoas que não conhecemos, mas a quem queremos alcançar com a Verdade. Risco de experimentar prodígios e milagres.

Viver de verdade é arriscar-se, é negar-se a si mesmo, tomar sua cruz e pagar o preço como Jesus pagou.

28 novembro 2007

Croatá de Ocara


(Peço perdão aos leitores pela demora nas publicações, mas estou estudando pra um concurso que quero DEMAIS. Espero, com a graça de Deus, poder contar a vitória aqui, em primeira mão, para vocês - sejam lá quem e quantos forem!)


No último final se semana, mais uma vez, fui para a Missão. Para falar a verdade, eu não estava muito a fim de ir, não... Minha cabeça está tão cheia com esses estudos, que cheguei até a pensar que não ia valer a pena ir e ficar com a cabeça nos livros. Só que, como sempre acontece, o chamado de Deus falou mais alto. Deu um aperto no coração. Aí já viu: ai de mim se não fosse!


O destino era Croatá, um vilarejo distante 6 km de Ocara (a 90 km de Fortaleza). Dormimos pouco, mas é sempre incrível como o Senhor nos dá forças nos dias de Missão. Pela manhã, debaixo daquele solzinho do interior do Ceará (só quem já sentiu sabe do que eu estou falando), fomos evangelizar.


Manancial - este devia ser o nome de Croatá. O refrigério de Deus que inundou o meu coração naquela manhã de sábado foi algo que eu nunca havia sentido antes em missão. Em cada casa o Senhor parecia ter se adiantado à nossa frente e marcado presença. Ao invés de levarmos a Palavra de Deus, muitas vezes a recebemos, não somente pela leitura da Bíblia, mas por testemunhos de vida de pessoas inundadas por uma fé que nos surpreendeu ali, "no meio do nada" onde estávamos. As casas estavam de portas abertas para que entrássemos e compartilhássemos das boas-novas do Senhor. Que povo bonito! Por fora e por dentro...


Depois fiquei pensando, sabe?! Dizem que "quando a esmola é demais, o santo desconfia". Às vezes enfrentamos tantas batalhas para que a Missão se realize... Geralmente encontramos portas fechadas e corações endurecidos. Para mim foi difícil entender Croatá. Até que veio a luz do Senhor em minha mente, trazendo respostas: o coração endurecido era o meu. Não era Croatá que precisava que eu fosse até lá, mas meu íntimo que precisava que Croatá viesse até ele, trazendo refrigério à minha alma. Não quero ser egoísta, mas essa Missão foi pra mim. Sei que o foi para muitas outras pessoas, mas que Deus tinha algo de especial preparado pra mim, tinha.


Muitas vezes o nosso coração se endurece por fixar seus sonhos nas coisas deste mundo. A disciplina e os estudos são uma coisa boa que o Senhor colocou em minha vida. Mas, muitas vezes, eles se tornam meu mundo e me tiram a atenção das coisas que o Senhor quer fazer em minha vida e através dela.


Croatá e Ocara foram uma bênção... Peço a Deus que minha percepção esteja aguçada para nunca deixar de responder aos Seus chamados e assim ser abençoada. Obrigada, Senhor. Te amo de todo o meu coração!

06 novembro 2007

Aos ousados...


"Os que, tomando navios, descem aos mares, os que fazem tráfico na imensidade das águas, esses vêem as obras do Senhor e as suas maravilhas nas profundezas do abismo." (Salmo 107:23,24)


Este é um salmo que possui autoria e data incertos. No entanto, não é incerto dizer que, à época em que foi escrito, o mar era algo tão imenso e misterioso que se falava até em "abismo" (uma impressão antiga, segundo a qual o mar, no horizonte, desabava suas águas num imenso desfiladeiro). Aqueles que se aventuravam no mar eram verdadeiros desbravadores.

Queria falar de pessoas corajosas. De espírito ousado. As águas do mundo espiritual no qual estamos inseridos são bravias e misteriosas. A cada momento, mesmo que não consigamos ver, trava-se uma constante batalha do bem contra o mal ao nosso redor (sim, isto é real, não foi tirado de filmes ou quadrinhos). A própria Palavra de Deus assegura que a nossa luta não é uns contra os outros, mas contra exércitos espirituais (Efésios 6:12) que nos tentam afastar do propósito que Deus tem em nossas vidas.

Muitas vezes não queremos enxergar e crer que essa batalha existe, mas mesmo assim ela é real. Podemos sentir quando há algo de maligno agindo contra a nossa alegria, enviando palavras de maldição, de discórdia ou grosseria através de outra pessoa. Ou mesmo quando nos fala ao coração que a nossa busca a Deus já é suficiente, que não há nada mais a alcançar. É aí que entra a nossa vontade e disposição para buscar ao Senhor.

O versículo fala de pessoas que, mesmo indo de encontro à logica, lançam-se em desafios considerados difíceis ou impossíveis. Tomam "barcos" rumo ao desconhecido e se aventuram nas "águas de Deus". O que significa tudo isso?

Posso crer que o Senhor nos quer ver assim: desbravadores do Seu reino, na Sua obra. Mesmo indo contra a razão do mundo. Aqueles que ousam orar mais, buscar mais, clamar com intensidade, encontram em Deus coisas e experiências que poucos são capazes de desfrutar - só os sedentos, corajosos e desbravadores. Há presentes de Deus que Ele dá "de bandeja" e todos têm a capacidade de usufruir (como a salvação). Mas outros, esses sim, são para aqueles cujo coração encontra imenso prazer de estar em Sua presença, de buscar Sua face até encontrá-la.

Será que podemos buscar, orar, clamar, louvar um pouco mais? Nem imaginamos que maravilhas poderemos encontrar nesse abismo de mistérios de Deus...

09 outubro 2007

Tempo de Exílio


''Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados que eu deportei de Jerusalém para a Babilônia: Edificai casas e habitai nelas; plantai pomares e comei o seu fruto. Tomai esposas e gerai filhos e filhas, tomai esposas para vossos filhos e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; multiplicai-vos aí e não vos diminuais. Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz." (Jeremias 29:4-7)

O povo de Israel - o povo de Deus! - estava aprisionado no cativeiro babilônico. E não era só: o povo estava dividido, pois uma parte havia ido para a Babilônia (levaram aqueles que eram artífices, sábios, fortes, bonitos, enfim, os que teriam alguma utilidade para o império babilônico) e a outra parte havia ficado.

Profetas existiam em ambos os locais. A pergunta que vinha à mente do povo era: "Quais estão dizendo a verdade?", pois uns apregoavam que o cativeiro era uma condição que logo passaria, enquanto outros - dentre eles Jeremias - diziam que seriam décadas de submissão.

Contra a maioria dos "otimistas" e falsos profetas que se levantaram no meio do povo, Jeremias pregava uma desgraça: o povo passaria setenta anos sob o jugo babilônico. "Desgraça", mas propósito de Deus quanto a um povo que ainda tinha muito o que aprender sobre os desígnios divinos.

Assim sendo, o Senhor ordenou a Jeremias que dissesse ao povo exilado que eles não se desanimassem, mas que "tocassem" suas vidas adiante - plantassem, colhessem, morassem, casassem, procriassem. Isso deve ter soado um tanto desanimador para o povo que, desde logo, esperava por libertação. Mas o Senhor, como sempre, tem Seu próprio tempo e sabia que os setenta anos seriam um "treinamento" para o coração do povo.

Mas onde quero chegar com essa conversa toda? O Senhor tem feito assim também conosco, colocando-nos em situações de exílio: longe de nossos sonhos, longe daquilo que amamos, longe de alcançar aquilo que queremos. O momento da provação é como um exílio - estamos presos, impedidos de fazer qualquer coisa que não seja entregar aquela situação nas mãos de Deus. E, para completar, muitas vezes, ao invés de um "te tiro já daí", o Senhor nos diz "tenha mais paciência, pois ainda vou te deixar aí por um tempinho". Aos olhos humanos e aos sentimentos de quem está passando por essa situação, isto é definitivamente REVOLTANTE.

Eu estou passando por um momento de provação e o Senhor me disse isso hoje: agüenta mais um pouquinho. Deu vontade de chorar. Mas, pensando melhor, só me resta aceitar, pois sei que "o melhor de Deus ainda está por vir".

O que fazer quando estamos "no maior aperto" e o Senhor nos manda esperar mais ainda? Certamente esmorecer, rebelar-se ou pedir a morte não é a resposta (muito embora esta seja a nossa primeira reação). Por mais árduo que pareça, devemos adorar ao Senhor, buscá-lo com mais intensidade e orar procurando discernimento para enxergar o motivo dessa espera.

Paz do Senhor e paciência a todos os “esperantes” de promessas de Deus!

25 setembro 2007

Maracajá

Neste último final de semana estive, juntamente à Missão Exército da Luz, em Maracajá, umas vila a 16 quilômetros de Pentecoste, Ceará. Eu não poderia, depois de tudo que vivi ali, deixar de colocar algumas de minhas impressões sobre aquele lugar e sobre o que Deus é capaz de fazer num só dia.

Todas as vezes que vou para um evento de evangelismo ou para a missão (que só ocorre de 2 em 2 meses), faço uma oração específica ao Senhor: peço sempre uma vida. Não obrigatoriamente que uma vida se converta a Ele através de mim, mas que eu tenha a oportunidade de falar com uma pessoa e ela ouça o que tenho a dizer a respeito de Jesus e da Salvação. Se eu alcançar isso, já fico mais do que satisfeita, tendo em vista a dificuldade que se encontra hoje em dia de que as pessoas simplesmente parem pra te escutar.

Chegamos a Maracajá por volta de 01:00 hora da manhã de sábado (22/09). Na estrada de terra muita poeira e quase nenhuma casa até finalmente chegarmos ao vilarejo e à pequena escola onde iríamos passar a noite e fazer o trabalho social. Devido à euforia, quase não conseguimos dormir, mas nem por isso acordamos cansados (nível de adrenalina altíssimo).

Só ao amanhecer pudemos começar a contemplar o lugar para onde o Senhor havia nos levado: sertão do Ceará típico, como eu nunca havia visto pessoalmente - plantas com galhos completamente secos, casinhas de taipa, muita poeira, pessoas (inclusive crianças!) trabalhando em minas de cal. O friozinho da noite e do início da manhã logo sumiu e deu lugar a um calor escaldante. Respirar enchia nossas narinas de um ar seco e empoeirado. "Quem, em sã consciência, se alegraria em passar sequer um dia aqui?" - perguntei a mim mesma, estranhando a alegria e euforia que estranhamente inundava o meu coração e o das mais de 50 pessoas que se deslocaram de Fortaleza até ali. Só mesmo um povo com a mente e o coração de Cristo (cf. I Co. 2:16).

Então, pé na estrada. Dividimos os evangelistas em grupos e fiquei, juntamente a 8 irmãos, com uma parte do vilarejo que ficava a uns 6 km dali (segundo um dos missionários que já conhecia a região). Confesso que me amedrontei com a distância - meu joelho tinha doído muito nos últimos dois dias por causa do ensaio da dança. Mas fui.

Quando finalmente chegamos ao local, depois de até levarmos uma "porta na cara" de uma senhora que disse que estava saturada de toda aquela história que contávamos, chegamos a um oásis. Pelo menos ali foi MEU oásis. Casa simples, uma idosa na varanda, com seu netinho. Comecei a falar de Jesus para eles, contei histórias. Mas parece que o Senhor tinha me conduzido até ali para aprender, e não para ensinar. Que lição fantástica de fé que aquela mulher me deu. Disse que fazia sua "reza" a Deus todos os dias, e que tudo o que ela pedia chorando, o Senhor concedia a ela. E chorando contou que as pessoas da comunidade a chamavam de "macumbeira", pois tudo o que ela empreendia prosperava. Devota de santos, ainda não entendia o sacrifício do Senhor Jesus na cruz, então explicamos. Entre lágrimas de desabafo por algumas situações pelas quais estava passando, dona Evarista (esse é seu nome) se rendeu ao amor de Deus e nos deixou fazer uma oração por ela (nesse momento, todos os irmãos que tinham ido evangelizar no nosso grupo já estavam lá, emocionando-se com o mover de Deus naquele local). Oramos e até seu netinho Bruno disse que queria pedir pra Jesus entrar em seu coração.

E voltamos para a escola, naquela estrada de cal e terra, jubilantes com o ocorrido. Muitas outras bênçãos aconteceram ali, e cada um de nós trouxe algo maravilhoso para contar (lembram do meu joelho doente? não senti mais nada!). Não posso nem descrever aqui a alegria que sinto nesse momento, morrendo de saudades de todas aquelas pessoas que Deus motivou a participarem da Missão, e do povo de Maracajá e Pentecoste (onde fizemos impacto evangelístico à noite).

Que Deus nos encha cada vez mais de muito amor e nos permita trilhar mais veredas como esta para viver experiências que só Ele, em Sua infinita graça, pode nos proporcionar.

“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.” (Romanos 10:13-15)

Abaixo, fotos que eu trouxe de lá. Na ordem: 1. Ruas de Maracajá; 2. Casinha humilde como quase todas as outras que haviam lá; 3. Mina de cal onde a população (inclusive crianças) se reveza em turnos de 12 horas, ganhando R$ 2,50 por jornada de trabalho; 4. Essa sou eu com o Bruno, neto de dona Evarista (ela não quis tirar foto...); 5. Pôr-do-sol na volta de Maracajá para Pentencoste; 6. Dança no impacto evangelístico na praça de Pentecoste, no sábado à noite.
Tenho mais fotos no meu álbum do orkut! Se você quiser participar ou ajudar a Missão Exército da Luz, fale comigo. Paz do Senhor a todos!!!

20 setembro 2007

Dandelion III


Já é um livro essa história da sementinha que voa! Já vamos para a terceira postagem acerca dela! Peço perdão àqueles que sentem que o tema está saturado, mas Deus tem tocado tanto meu coração com isso... E não só o meu, como explico a seguir.

Dia desses, um amigo, conhecendo a minha história com o dandelion, descreveu-me a seguinte cena que lhe chamou a atenção: havia, no chão de seu quarto, a tal semente que voa. No entanto, havia poeira, sujeira amontoada por entre os fiozinhos brancos - o vento batia contra ela, impulsionando-a a voar, mas ela não conseguia, por causa da sujeira. Rodava e rodava, mas não conseguia voar. Parece uma cena bastante simples, mas a lição que isso trouxe aos nossos corações foi definitivamente impactante.

O Senhor já havia me falado no sentido de a semente sermos nós: sementes de paz, alegria, amor e boas novas, prontos pra nascer, crescer e florescer mesmo no terreno árido que é esse mundo de hoje. E, como no Dandelion, Deus nos dá "asas" ao ponto de que Sua Palavra, através de nós, extravasa os limites da igreja.

Mas existe um detalhe: o inimigo de nossas almas, quando vê toda essa linda obra se concretizando em nossas vidas, ira-se a tal ponto de intentar contra esse propósito de Deus para nossas vidas - coloca tentações e obstáculos em nosso caminho e nos leva a pecar. Voltamos à cena inicial: o pecado é como aquela sujeirinha que impede a semente de voar e a faz dar voltas e voltas sem sair do lugar. Calma - não estou dizendo que todo e qualquer pecado impede que a obra de Deus seja cumprida em nós, pois isso significaria dizer que o Senhor só usa pessoas perfeitas e elas... não existem, hum?! Estou falando de uma vida em pecado. Como diz meu amigo Wesley, "aquele ‘pecadinho de pelúcia’", que você guarda com todo carinho e não faz a mínima questão de se livrar dele. "O Senhor entende que isso faz parte da minha personalidade"; "Se Deus quisesse, Ele já teria tirado isso de mim, pois já pedi tanto!". São as desculpas que sempre damos...

O que temos que ter consciência é do tanto que vamos estar perdendo em Deus se não abrirmos mão de quem somos para sermos quem Ele quer que sejamos. Se nos apegarmos aos nossos defeitos, sentimentos ruins, "pecadinhos", o Senhor pode até nos usar, mas nunca teremos a emoção e o prazer de ver Sua obra concluída em nós.

"Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda" (II Timóteo 4:7,8).

Como Paulo, eu quero SIM poder, ao final de minha vida, dizer: "É, Senhor... Eu abri mão de quem eu era - de minhas manias e defeitos - para ser quem Tu querias que eu fosse - um agente abençoador nesse mundo. Eu nasci 'semente que cresce' e Tu me fizeste 'semente que voa!'"

Obrigada, Senhor, por cuidar de mim e por, a cada dia, me ensinar que a preciosidade da Tua sabedoria está nas coisas mais simples...

09 setembro 2007

Dandelion II


Todos os anos tiro um período para me concentrar em mim mesma. Egoísmo? Não... eu chamo de consagração. É que nós (falo “nós” cristãos, envolvidos com ministérios, tarefas, obra de Deus) nos doamos, nos derramamos tanto que muitas vezes esquecemos que temos que nos encher, nos abastecer e nos voltar para nós mesmos. Aí sim, cabe um porém: não é o voltar-se a si mesmo de maneira egoísta, abandonando a obra, os outros, negligenciando os dons que o Pai nos deu, mas falo de um momento de reflexão ou mesmo de nos “situarmos” acerca do que Deus quer de nós, se estamos fazendo tudo por amor a Ele ou por puro ativismo, essas coisas.

Sempre é um momento em que pergunto o que Deus quer de mim daqui pra frente, quem sou eu para Ele, será que o estou agradando. Deus é fiel, como sempre - "Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo" (I Timóteo 2.13). E, neste momento, Ele está me fazendo voltar a fundo para quem eu sou e a razão pela qual Ele me criou. (Pensei agora que escrevi com uma certa prepotência... Não, Deus não me revelou que sou a substituta de Billy Graham, nem algo grande desse tipo. É que cada pequena coisa que o Senhor me faz descobrir que foi Ele mesmo quem colocou dentro de mim me deixa maravilhada).

Voltei para o dandelion, a sementinha que voa, do meu texto anterior. O que ela tem significado em minha vida está transcendendo minha compreensão original sobre ela. Ela traz em si uma definição do que o Senhor quer para todos aqueles que colocam suas vidas sob Seu controle. A semente... ela encontra solo fértil (Mateus 13:3-9), estabelece-se, nasce, cresce e torna-se uma linda flor. E, para que continue o ciclo, a flor transforma-se em fruto. No dandelion, esses frutos voam para encontrar solo fértil onde o vento os leva, e não ali por perto como ocorre com as demais plantas.

A vida do cristão é assim. A parábola do semeador se mostra em nossa vida não só no momento que a Palavra de Deus encontra em nossos corações o solo fértil que nos dá a Salvação. Mas também na hora do IDE. Será que o que o Senhor tem para sua vida é o que você faz hoje? Ou Ele tem te incomodado e falado ao teu coração para tomar uma atitude ousada... como “voar” para outros ministérios, dons ou quem sabe outros lugares? Tenho visto que o Senhor nos fez para voar mesmo. Não que todos sejamos missionários transcontinentais, mas ele não nos fez para nos atermos somente aos limites da igreja. Ela só o “solo adubado” para que possamos crescer. O cristianismo e o amor de Deus pelas vidas que é derramado em nossos corações deve ir aonde formos.

“Plantados na casa do Senhor, nos átrios de nosso Deus hão de florir. Até na velhice darão frutos, continuarão cheios de seiva e verdejantes, para anunciarem quão justo é o Senhor, meu rochedo, e como não há nele injustiça.” (Salmo 91:14-16)

24 agosto 2007

Dandelion


Eita, já ia fazer um mês que não publico! É que são tantas coisas na minha cabeça, que às vezes nem sei como ou quais colocar “no papel”. Mas decidi por colocar algo bem especial que tenho com Deus. Pra falar a verdade, acho que deveria ter “inaugurado” meu blog com esta mensagem. É fácil descobrir o por quê...

Pra quem não sabe, nasci num lar evangélico e conto nos dedos das mãos os domingos de minha infância em que tive que faltar o culto. Jesus sempre foi um nome muito comum pra mim e, pra falar a verdade, Jesus e o Gato de Botas, por muito tempo, na minha cabeça infantil, tinham a mesma procedência – contos de fadas. É sim... esse texto é mais ou menos um testemunho meu. Mas não vou contar os livramentos, desventuras e tudo o que aconteceu para que eu encontrasse a Verdade. Vou só contar um episódio de simplicidade e sobrenaturalidade (se é que elas podem andar juntas) que me levou a Deus.

Chegou aquela época da minha vida em que eu perguntava por que, pra que, quem... enfim, “Deus existe?”. Minha cabeça embolava. Os problemas me submergiam. Até que desafiei Deus (está bem, eu sei que não é bonito isso, mas fiz). Eu estava deitada em minha cama, e falei: “Deus, se o Senhor existe mesmo, me dê uma prova! Preciso de uma prova!”. Pelo que eu tinha ouvido falar de Deus até ali, eu estava esperando um trovão, um anjo, coisas se movendo no meu quarto. Não lembrei da lição de Elias (1 Reis 19:12-13), quando o Senhor lhe falou por uma brisa suave. Fui capturada por Seu amor de forma simples e impressionante: uma “sementinha que voa” entrou por minha janela e, mesmo com o vento forte, ela veio parar bem na minha mão estendida.

Engraçado como uma coisa “tão pequena” serve de alicerce para uma vida de fé. Foi ali que despertei para o amor do Pai, o sacrifício de Seu Filho e a intimidade com Seu Santo Espírito. Deus sabia que eu precisava de um toque, de um sinal. E me mandou o mais singelo e carinhoso de todos. Uma semente. Tudo a ver comigo (pra quem não sabe, o nome Fabiana significa “semente que cresce”). O engraçado é que em todos os meus momentos de angústia, de medo, ou de esquecimento da glória de Deus, lá está ela... a pequena semente do incalculável amor que Ele tem por minha vida.

Pois é. Neste último mês alguém me perguntou como era o nome dessa semente e eu me empenhei em pesquisar. DANDELION. Que lindo... Minha oração hoje é a seguinte: “Então te dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra...” (Isaías 30:23). Que, como semente do Senhor, eu permita que Ele me faça crescer em graça e em entendimento de Sua Palavra, para que Sua obra em minha vida possa ser feita. E assim seja com todos nós. Amém.

05 agosto 2007

Festa surpresa!


Um dia, estava conversando com um amigo. Ele se questionava acerca da demora de Deus em realizar as promessas na vida dele. Eu mesma ando me dizendo: minhas bênçãos devem estar "enganchadas" em algum lugar nas regiões celestiais. Não as bênçãos da vida, do lar, da comida - nãos as bênçãos de todos os dias, pelas quais, Deus sabe, sou extremamente grata. Falo daquelas coisas que estão para acontecer, que você sabe que Deus quer para você, mas o tempo de Deus, aos seus olhos, parece uma eternidade. "Aaaaaaaai, que demora !"- reclamamos. "Eu quero agora!" - protestamos. "Cadê, Deus???" - vociferamos. Mas dia desses o Senhor acalmou meu coração através de uma analogia com algo que aconteceu comigo.


Na época do colégio eu tinha uma amiga. (Tinha várias, mas queria falar só dessa. Ôxi!). Certa vez, algum tempo antes de seu aniversário, tive a idéia de fazer-lhe uma festinha surpresa. Aos poucos, eu ia falando com todo mundo da nossa sala, combinando tudo. Às vezes, eu estava falando com alguém e ela chegava e eu tinha que mudar de assunto. Só que às vezes não dava - eu ficava calada, ou saía de lá. Aconteceu que essa minha amiga ficou com raiva de mim! E veio tomar satisfações, querendo saber o que estava acontecendo. Chegou a tal ponto que eu disse "Tá bom. Você vai ter uma festa de aniversário, mas não vai ser mais surpresa, pelo jeito...".


Vi a maneira engenhosa com que Deus deve preparar "festas surpresas" para nós. Muitas vezes, por Seu silêncio, somos levados a interpretá-lo mal, pensando que Ele nos esqueceu. E fazemos cara feia. E ficamos de mau humor. Nos queixamos com Ele. Entretanto, quando buscamos intimidade com Deus, somos divinamente inspirados a saber muito bem que Ele guarda nossas bênçãos e que o "tempo" para nós é "treinamento". Deus nos quer aperfeiçoados para colocar a bênção em nossas mãos. Pedir esse presente no nosso tempo e não no dEle, seria como pedir um carro e não saber como dirigir ou coisa parecida. Não estamos prontos!!! Eu não podia simplesmente adiantar algumas semanas e dar logo a festa surpresa de minha amiga - não teria lógica, ela sequer entenderia que era uma festa de aniversário, tão distante estava da data.


Temos que aprender que o Senhor tem Seu tempo certo para realizar tudo em nossas vidas. Se sou extremamente explosiva, o Senhor não irá colocar um ministério que envolva paciência e pessoas antes de meu caráter ser moldado. E isso vai ser bom tanto para mim como para as pessoas com quem vou atuar. Se tivermos paciência e sabedoria, vamos desfrutar de todas as bênçãos de Deus pra nós. Conquistemos um pouquinho mais de paciência. Nossa festa surpresa pode acontecer a qualquer momento.


Enquanto isso, adoremos!

24 julho 2007

Presentes ou presença?


“Agrada-te do Senhor e Ele concederá os desejos do teu coração” (Salmo 37:4).

É... Costuma-se recitar esse versículo tal qual um mantra. A ocasião é sempre a mesma: quando queremos obter alguma coisa de Deus – solução para os problemas, uma providência urgente, um bem, dinheiro. Apesar de recitá-lo todo, garanto que a nossa parte preferida é “concederá os desejos do teu coração”. Não estou acusando ninguém – eu sou assim, nós somos assim, a natureza humana é assim. Tendemos a estabelecer uns com os outros e com Deus uma relação de “escambo” – damos isso em troca daquilo. Damos a Deus a adoração que Ele “tanto quer” e Ele nos dá o que quer que o nosso coração deseje. Epa! Não é bem assim...

[Abro um intervalo aqui, porque lembrei de uma crônica de uma colunista da revista Veja, Diogo Mainardi, que recomendo demais! – Eles são Oba!, eu sou Epa!. Ele fala que esmagadora maioria de brasileiros são Oba! e muitos poucos Epa!. Vejo isso também no povo de Deus – muito “oba-oba” e pouco “epa-epa”. Digo o porque a seguir.]

Os crentes adoram as promessas de Deus. É Bíblia das promessas, caixinha das promessas, profecias de promessas, culto da prosperidade. Gostamos da “parte boa” dos versículos, da parte que agrada, que afaga o ego. Esse é o "oba-oba" do povo de Deus - a parte das bênçãos que o Senhor tem para os Seus. Muitos se acostumam com os presentes de Deus e não suportam a repreensão, ou o silêncio de Deus, ou as provações e tentações. Por isso, fui levada a refletir sobre o “agrada-te do Senhor”. Em minha mente, eu costumava interpretar como “agrade ao Senhor” – fazer tudo direitinho, pra Deus fazer o que a gente quer. Só que Deus não é Papai Noel. Agradar-se do Senhor é atingir um estágio de comunhão com Ele em que podemos, com sinceridade, dizer que o buscamos pelo prazer de estar em Sua presença, e não pelos presentes que Ele pode nos proporcionar.

Isso é tão difícil! Estamos sempre tentando obter algum favor de Deus. Em todas as nossas orações há pedidos demais e agradecimentos de menos. Se parássemos para meditar em Sua obra em nossas vidas, não teríamos tempo para tantos agradecimentos. E antes de nos ensinar a sermos gratos pelas Suas bênçãos, creio que Ele quer que aprendamos a ser gratos pelo simples (e tremendo) fato de estarmos vivendo em Sua presença.

Ensina-nos...

"Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios". (Salmo 90:12)

10 julho 2007

Louvando no deserto


“VINDE, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele.” (Oséias 6:1,2)

Na primeira vez que li o livro de Oséias, confesso que não compreendi direito esse trecho. Não entendi por que o Senhor nos feriria. Entendo que o Senhor permitia ao Seu povo ser dominado e castigado no Antigo Testamento. No entanto, por viver na “Era da Graça”, não tinha o discernimento correto do que poderia significar isso em minha vida. Até acontecer comigo.

Vivemos debaixo de uma graça incompreensível. É tanto que temos dificuldade em exercitar a mesma graça que Deus nos dá com as pessoas ao nosso redor. Por tal motivo, somos levados a crer que, diante de nossas falhas, o Senhor nada faz, pois logo perdoa e esquece tudo. Mas lembremos o que nos diz Ele nos diz em Sua Palavra, em Apocalipse 3:19 – “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo”.

Acontece que Deus é tão gracioso que não permite que, como Seus servos, continuemos na condição espiritual medíocre em que nos encontrávamos quando nos convertemos a Ele. Para isso, Ele permite que sejamos provados, tentados, moldados. Logo no começo dos desertos pelos quais passamos, não entendemos. Sem motivo aparente, nos encontramos em estradas escuras, bifurcadas, no meio de um tempo trovejante. E nos queixamos com Deus: “Por quê?”.

“Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata. Tu nos deixaste cair na armadilha; oprimiste as nossas costas; fizeste que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água; porém, afinal, nos trouxeste para um lugar espaçoso.” (Salmo 66:10-12)

Eu estava assim – num deserto a perder de vista. Batalha atrás de batalha. Ainda não saí dele, pois Deus ainda tem muitas promessas a cumprir em minha vida e eu tenho que fazer a minha parte. Era aqui que eu queria chegar: o que é fazer a minha parte quando nada concreto pode ser feito? Não é uma questão de agir; é questão de se posicionar. Tudo o que vai acontecer no nosso “deserto espiritual” vai depender do tipo de atitude que tomamos diante dele. Podemos rastejar, sofrer muita sede e até “estacionar” sob o sol escaldante, pedindo para que Deus nos tire a vida. É o que mais dá vontade de fazer. Ou... podemos louvar a Deus durante todo o percurso, pedindo a Ele forças e nos alegrando sempre que Ele nos permite passar por um oásis. Fernanda Brum, em uma de suas músicas, diz: “O deserto é o meu lar...”. Vai ver que, no fundo, o deserto é mesmo o lar daqueles que querem sempre crescer em Deus, pois é no silêncio e na carência de todo conforto que somos levados a clamar mais, buscar mais a presença do Senhor e manter nosso coração mais sensível ao que Ele quer nos ensinar.

"Porventura não há bálsamo em Gileade? Ou não se acha lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?" (Jeremias 8:22)

Descobri que o Senhor tem uma unção especial a derramar sobre todos aqueles que estão em tribulação e colocam essas dificuldades em Suas mãos, ao invés de ter pena de si mesmos ou murmurar. Se tomamos a posição de receber o que Deus tem a nos dar no deserto, Ele fará de toda sequidão um manancial! Ô, Deus maravilhoso!

24 junho 2007

Incompleta


Essa semana bateu uma saudade. Uma saudade triste... Não de pessoas ou de coisas, mas de um tempo, de um estado, para ser mais exata. Saudade de um “estado de espírito” que me fazia enxergar tudo com outros olhos. É que ando meio cansada, abatida. Tem sido muito difícil esperar em Deus tudo acontecer. Meu consolo tem sido ver que irmãos bem de perto estão passando pelas mesmas tribulações e Deus tem permitido que nós nos sustentemos em amor e palavras de ânimo.

Mas, voltemos à saudade. Vez ou outra parece que me falta um pedaço. E o pior é que na hora não sei identificar exatamente o que é. Muitas pessoas dizem que há um vazio dentro de todo ser humano que só pode ser preenchido por Deus. Esse meu vazio já está completo, graças a Ele! Conheço a Verdade e Jesus vive em mim. Essa outra saudosa lacuna de que falo é uma falta que me faz de estar buscando mais a Deus – agora identifiquei, hum?! Lembro de tempos da minha vida onde era tão fácil ouvir a voz do Pai, quando eu tinha tempo e disposição de, por horas a fio, dedicar-me somente a Ele. Tempos bons que vão e voltam. A velha montanha russa espiritual. Estou tentando retomar meu ritmo, mesmo em meio aos estudos, concursos e corre-corres.

Incompleta. É como me sinto quando não estou em plenitude de busca a Deus. Tudo piora. Meus olhos vêem defeitos, meu humor já não é tão bom, minha concentração foge, chega a dar até um desespero diante de algumas situações. Imagino, nessas horas, aqueles que não têm Deus. Vazio completo. De tempos em tempos tenho que parar mesmo e me dar o direito de sentir saudades da busca intensa ao Senhor, de noites em claro, de orações com o rosto no chão e muito choro de alegria em simplesmente estar em Sua presença. Assim tenho sede e tomo fôlego de começar tudo de novo – tentar voltar ao tão falado primeiro amor. E o Pai é tão fiel que me concede isso e me restaura todos os pedaços que faltam. Só Ele me completa e me faz feliz em todo o tempo.

Só me vem em mente o mais clichê dos Salmos que, talvez, se não fosse tão conhecido, saberíamos sentir a unção e segurança transmitida por ele: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará” (Salmo 23:1).

15 junho 2007

Quem sou eu?...


“Quem sou eu?” – é uma pergunta que me faço muitas vezes. Não por questões existenciais, mas porque caio na dúvida de saber quem tenho me tornado diante de Deus. Por quê? Ora “por quê”... Vai me dizer que você nunca se pegou fazendo coisas que logo em seguida se perguntou: “Por que eu fiz isso?”. Coisas totalmente incongruentes com o que você fala ou com seus tão “firmes” princípios. Frases ditas por impulso, atos não pensados, gestos egoístas...

Eu sou assim. Aposto que você também é. Não que eu queira justificar meus erros e deslizes dizendo que todo mundo erra, mas é porque nós – seres humanos – somos assim. Nós, cristãos, por várias vezes reclamamos do grau de perfeição que as pessoas que nos cercam exigem de nós. Mas será que já paramos pra pensar que muitos de nós exigimos isso de nós mesmos? Repito: eu sou assim. Às vezes me acho tão perfeita que posso apontar o dedo pro outro e julgá-lo.

Cheguei ao ponto onde queria chegar: é aí que se dão os meus tropeços. Por que será? Deus é o ÚNICO que possui a qualidade da perfeição, ninguém mais. Por isso nunca vamos chegar lá. Por isso também que Ele permite que erremos e continuemos errando sempre – para vermos que só Ele é perfeito, digno de louvor e adoração. Mas muitas coisas nessa vida nos levam a pensar que somos o próprio Cristo, temporão e recriminado no meio de tantas pessoas com mil defeitos. Estou pondo em minha cabeça: Fabiana, você não é perfeita! Aí entramos em parafuso – peraí, não era para lutarmos dia após dia em busca de fazer tudo direito, tudo conforme o que Deus estabeleceu para nós? Sim, era. Mas por partes... Explicando: na luta por seguirmos o exemplo de Cristo, por muitas vezes vamos tropeçar, cair, ou mesmo despencar, parecendo que nunca vamos levantar. Por um lado, temos que ter consciência de que sempre vamos errar, nunca vamos ser perfeitos e não há nada que possamos fazer para que isso mude. Por outro lado, não podemos nos desestimular em nossa luta. E, ao falharmos, devemos então saber nos erguer de imediato, conscientes de que muitas outras vidas dependem de nossa saúde espiritual. Nosso esforço por acertar nunca deve cessar – é isso uma das coisas que nos diferencia das pessoas que não conhecem a Deus.

Depois de toda a filosofia em torno de errar ou não errar, Deus falou ao meu coração através de uma música: “Meu maior desejo é saber quem Tu és em mim / Preciso tanto Te conhecer e responder ao Teu amor / Sei que posso alcançar Teu coração com meu louvor”. Precisamos saber quem Deus é em nós e quem somos para Deus. Nos enxergar com os olhos de Deus. Uma vez Ele me mostrou quem eu era para Ele e, apesar de esquecer muitas vezes, Ele sempre me recobra a memória desse dia. Max Lucado diz que Deus nos ama como somos, mas se recusa a deixar-nos desse jeito. É mais ou menos assim.

Deus é tudo em mim. Quando me afasto Dele por algum motivo, fico absolutamente incompleta e vazia. Aos olhos Dele, ainda estou descobrindo quem sou. O que já sei é que sem meu Deus querido não sou nada. Ele é o que há de bom em mim e longe Dele sou só defeitos e tropeços. Peço a Ele sabedoria para poder balancear tudo isso em minha vida: a tentativa de não errar; quando errar, reconhecer que sou falha mesmo; e sempre saber voltar imediatamente para Seus braços.

04 junho 2007

Sobre o amor...


Tenho lido sobre o amor. E quanto mais conheço o amor, mais me sinto desprovida dele e necessitada de que Deus me ensine a amar verdadeiramente. A leitura, especificamente: Reduza-me ao amor (Joyce Meyer) - recomendo demais! Em meio a lições sobre os vários tipos de amor pelas mais variadas coisas e pessoas, Deus tem me falado intimamente sobre um amor específico - o amor pela Sua obra.

Todos aqueles que têm Deus no coração têm uma necessidade, ainda que latente, de transbordar de alguma forma o imenso amor que o Pai nos dá. Aí que surge a obra de Deus, as igrejas, os ministérios, os gestos mais simples, enfim, a demonstração concreta do efeito multiplicador que a multiforme graça de Deus tem em nossas vidas (ver I Pedro 4:10,11).

Deus tem colocado muitas coisas no meu coração e às vezes eu me pergunto se Ele não poderia me desdobrar em três pra cumprir todos os sonhos que Ele me dá. Deu-me o talento de dançar, seguido do dom de adorá-lo com tudo o que tenho. Colocou pessoas em minha vida para que eu pudesse cuidar de sua caminhada. Deu-me um coração missionário e hoje sonho em dizer pro mundo inteiro que JESUS É SALVADOOOOOR!

Existe uma faceta do amor muito importante quando se está trabalhando na obra de Deus - O AMOR É INCONDICIONAL. "Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 8:38,39). Infelizmente o amor do homem não é assim. Vivemos impondo mil e uma condições para amar as pessoas - num momento, amamos de paixão e abraçamos e mandamos mensagens; no outro, quando a pessoa demonstra uma de suas imperfeições comuns a todos nós, não ligamos, ignoramos e até distratamos.

Nos nossos ministérios não tem sido diferente. Nosso amor pela obra de Deus é, muitas vezes, totalmente condicional. Estamos lá caminhando, trabalhando para Deus, quando, de repente, alguém faz algo errado - o pastor fala algo que me desagrada, um irmão falta aos ensaios do ministério, minha opinião diverge da maioria ou da liderança. Pronto! Basta isso para querermos desistir, pro propósito de Deus em nossa vida sumir de nossa vista e nós deixarmos de lado o outrora tão sonhado ministério. Não estou acusando ninguém - EU sou assim. MEU amor tem sido instável, volúvel.

Temos que aprender a vencer ou mesmo conviver com aquilo que (e, por que não, "quem") nos desagrada, a fim de alcançarmos sinceridade no nosso amor em servir. Só assim seremos "[...] firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão [...]" (I Coríntios 15:58). Só hoje estou aprendendo a amar incondicionalmente. E peço sabedoria a Deus para honrá-lo através de meus ministérios, sem culpar as pessoas ou as circunstâncias.

Glória a Deus por mais essa lição!

25 maio 2007

Olhos bons


Algo que aconteceu comigo na semana passada e o um texto que li no blog do Levi - Pensamento de um - levou-me a fazer uma reflexão sobre a igreja.

Um amigo contou-me que foi à minha igreja e levou um parente. Em meio a muito louvor, adoração, uma mensagem inspirada pelo Espírito Santo, aquele parente fitou os olhos em uma das pessoas da igreja e no seu modo de vestir. Exagerado, vaidoso, quem sabe até suntuoso. Não sei - não consigo imaginar a quem ele se referia. O fato é que este visitante passou a discorrer aos ouvidos deste meu amigo acerca de como as pessoas deveriam se vestir para ir à igreja - com discrição, sem exageros, a fim de que não chame a atenção para si, mas deixe Deus ser o centro de todo o culto.


Não tiro a razão desta pessoa. A nossa intenção ao ir ao culto deve ser somente de adorar ao Senhor, e não de atrair a atenção para si, como muitos fazem até mesmo sem querer. Mas o que realmente me incomodou nessa história toda foi o olhar daquela pessoa sobre a igreja.

"São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o seu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão." (Mateus 6.22-23)

Não estou julgando se o que essa pessoa fez foi certo ou errado. Só me fez pensar: será que quando visitamos uma outra igreja, ou quando olhamos para a nossa própria igreja, não estamos ali analisando defeitos e qualidades, colocando tudo sobre uma balança, a fim de medirmos se estamos mesmo no lugar certo? Ou analisando de forma "julgadora", vendo o que está e o que não está seguindo aos padrões ético-moralistas cristãos? Muitas vezes...


A Nova Vida (Comunidade Evangélica Nova Vida - minha igreja) foi para mim um presente de Deus. Sabe aqueles presentes que você ganha no exato momento em que mais está precisando deles? Guarda-chuva em dia chuvoso. Pois é - assim foi que Deus colocou a Nova Vida em minha vida. É um lugar onde há pessoas sedentas da presença de Deus e onde Deus se mostra continuamente e nos fala face a face. Quando estou aos pés do Senhor, não consigo enxergar mais nada. Nem roupa dos irmãos, nem cara feia de ninguém, nem desânimo, nem mentiras, nem mais nada - só o meu Deus. Note que eu disse AOS PÉS DO SENHOR, e não NA IGREJA. Quando vou à igreja sem estar como propósito de adorar ao meu Deus, aí sim, muitas coisas tomam o meu olhar para serem analisadas e me bate até um certo desânimo em olhar para o homem e suas atitudes.

Deus colocou minha igreja em minha vida para eu cuidar, participar, poli-la no que me cabe. Para mim ela é linda. É tão ruim quando você se esforça para tornar a igreja um lugar agradável e a vê sendo avaliada. É como se você limpasse toda a sua casa e chegasse um visitante e perguntasse por que aquele cantinho da cortina tem uma manchinha. É duro.

Mas já superei. Primeiro doeu. Depois pensei muito. Então desencanei. Hoje só peço ao Senhor que me dê "olhos bons" para contemplar minha igreja, e outras, e o mundo, e as pessoas. Dá-me olhos espirituais, Senhor, e um coração igual ao Teu.

15 maio 2007

Grandes pequenas coisas...


"Vendo, pois, José que seu pai punha a sua mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi mau aos seus olhos; e tomou a mão de seu pai, para a transpor de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de Manassés. E José disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça. Mas seu pai recusou, e disse: Eu o sei, meu filho, eu o sei; também ele será um povo, e também ele será grande; contudo o seu irmão menor será maior que ele, e a sua descendência será uma multidão de nações. Assim os abençoou naquele dia, dizendo: Em ti abençoará Israel, dizendo: Deus te faça como a Efraim e como a Manassés. E pôs a Efraim diante de Manassés." (Gênesis 48:17-20)


Estava lendo esse trecho depois que fizemos um estudo bíblico sobre a vida de José. Grande exemplo. Mas foi exatamente aí que meus olhos pararam - na bênção de Jacó (ou Israel) sobre os filhos de José. José se aborreceu porque seu pai insistia em colocar sua mão direita sobre a cabeça de seu filho mais novo - Efraim -, quando a bênção da primogenitura deveria ser dada a Manassés.


Aos olhos humanos estava mesmo errado. Como poderia Jacó negar a bênção a quem a tinha por direito, geração após geração? Mas não foi um erro, ou teimosia, ou "caduquice" de Jacó. Ele estava ouvindo a voz de Deus e profetizando que Efraim daria origem a um povo maior que Manassés.


Depois pensei: não sei porque me admirei de tal ato divino. Já é um costume de Deus contrariar as regras humanas e nos dar um novo olhar sobre a realidade. O homem vê os números, o status, a quantidade. Deus vê muito além. Desde sempre foi Seu Divino costume usar coisas pequenas para sobrepor as que são grandes aos nossos olhos. "Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes" (1 Co 1.27). Foi assim com o próprio José. Foi assim com Davi. Ou com a escrava de Naamã. Foi assim com JESUS!


Por que temos sempre que deter nosso olhar nas coisas grandes deste mundo? Por que não fazer como o Pai - olhar as coisas pequenas e ver nelas um grande potencial? Foi pensando assim que olhei para mim mesma. Quantas vezes deixei de fazer ou mesmo de querer coisas por pensar que sou muito pequena? Quantas vezes não desisti antes mesmo de tentar por pensar que não iria conseguir, ou mesmo insconscientemente passou por minha mente que Deus não poderia fazer uma grande obra?
"Porque para Deus nada é impossível" (Lucas 1:37).

Mais uma lição na vida de Fabiana: aprender a olhar as coisas pequenas com os olhos do Senhor. Isso inclui olhar a mim mesma. Ou o mendigo na rua. Ou alguém desacreditado de si mesmo. Os pequenos valem muito para Deus. Viva meu 1,60m!!! =o)

05 maio 2007

Vivendo a diferença...


Ultimamente tenho sentido o que é a NECESSIDADE de ser diferente. Quando escolhemos traçar uma caminhada junto ao Pai, tudo fica diferente em nossas vidas. Algumas coisas, até mesmo sem a gente querer, ficam diferentes. Só que o que quero falar é sobre aquelas coisas que PRECISAM ser diferentes e que necessitam de um esforço nosso. Parece viagem? Explicando melhor, então...


Nos últimos tempos tenho estudado muito. Aliás, minha vida agora é estudar, já que decidi investir nessa história de concursos. Mas às vezes minha cabeça e meu coração ficam divididos. Nem parecem ser da mesma pessoa, sabe?! Minha cabeça me diz que eu tenho que me matar de estudar porque fulano ou cicrano só passaram no concurso depois de anularem quase que por completo sua vida social. Meu coração pede o de sempre: para estar na Casa do Senhor, pra me entregar a meus ministérios, pra ajudar o Espaço Vida (projeto social da minha igreja, lindo lindo!!!). Aí fico: "Ai, Senhor, o que faço?". O Senhor tem me falado o de sempre. Estava lá e eu sabia, mas não enxergava: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas as outras coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).


Assim: já provei de ambas as sensações. Já houve épocas em que eu estudava feito uma louca - lia a Bíblia e ia para a igreja exercer ministérios só por ir mesmo. Minha cabeça estava nos estudos. Acontecia que, depois de algum tempo, eu estava tão fraca que nem me concentrar eu conseguia. O "porque" disso acontecer também estava lá, na Palava: "O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio" (Salmos 18:2). DEUS é a minha força, meu alimento, aquilo que me sustenta! Se eu não estiver buscando conhecê-lo e estar em Sua presença cada vez mais, vou definhando até não conseguir fazer mais nada.


Por outro lado, houve épocas em que eu mal tinha tempo para mim mesmo, de tão entregue que eu estava na obra do Senhor. E o interessante é que, quando isso acontece, tudo flui em minha vida. As notas, os relacionamentos, o humor, as bênçãos, tudo corre bem quando não estou me preocupando em correr atrás deles. Foi assim com a OAB. Não posso dizer que não fiquei apreensiva, mas não me desesperei. Não abandonei minha busca por Deus. E deu certo...


No fundo, a questão não é estudar ou não estudar. Voltando ao começo, o que eu queria falar era sobre a necessidade de ser diferente. Não POSSO mais me desesperar com as coisas deste mundo, com meu sustento, com o dia de amanhã. "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" (Mateus 6:34). Se nós, que temos a mente de Cristo (I Coríntios 2:16), nos desesparamos frente as batalhas, qual a diferença entre nós e aqueles que não conhecem a Deus? Eles correm atrás de suas conquistas por suas próprias forças; nós não - sabemos que tudo o que acontece em nossas vidas é dádiva de Deus.


Conclusão: buscar ao Senhor acima de todas as coisas. Isso não significa deixar de fazer a minha parte e esperar que tudo ocorra em forma de milagres. Significa fazer o que está ao meu alcance, sem deixar minha prioridade - Deus - de lado e esperar nEle, pois Ele é fiel para realizar todos os Seus propósitos em minha vida.


Ps.: Desculpem se os pensamentos não estão dispostos de forma muito clara, mas fui pensando e escrevendo. Não quis alterar para não parecer algo muito formal.

23 abril 2007

Sem holofotes


É maravilhoso (e ao mesmo tempo assustador) o que o Senhor é capaz de fazer em nossos corações. Mudanças, mesmo. Quem está à mercê da vontade de Deus tem plena certeza de que é um ser em constante mudança, um vaso sendo moldado pelas mãos do próprio criador. No entanto, as pessoas, que nos vêem só por fora, não imaginam o turbilhão que está ocorrendo por dentro. É assim que fico. Às vezes calada. Às vezes impaciente. Deus podia me dar uma plaquinha "em obras" pra ninguém se assustar.

Deus tem mudado muita coisa em mim. Ultimamente tem me feito querer estar sozinha. Tenho refletido sobre o fato de termos a necessidade de estar em evidência, de sermos lembrados, convidados, adorados. Deus não se agrada disso. Tem mudado minha visão ministerial. Estou desejando ministério sem holofotes. Sem atenção. Pelo menos pra minha pessoa. Isso é meio contraditório, pois meu ministério me coloca em evidência (quer coisa mais evidente que dançar no meio da praça???). Mas não é isso. Queria fazer meu ministério quietinha. Sem maiores atenções pra mim. Sou falha. Defeituosa. Ah, se existisse forma de só Jesus aparecer em nós... Ah, se eu pudesse abandonar os bancos da igreja e servir no meio do mundo, mas só com Jesus resplandecendo em mim. Um ministério onde a Fabi desaparecesse; só meu amado Jesus teria lugar. Será possível? Que eu desapareça e meu Jesus cresça em mim.

Desabafos de Fabi...

10 abril 2007

Sobre 300...


Acho incrível como Deus tem a capacidade de falar aos nossos corações nas situações mais inusitadas. No sábado passado fui ao cinema com a Jeskita assistir "300". E olhem só: Deus falou comigo através daquele filme, em vários pontos. Principalmente com relação a, vez ou outra, nos sentirmos fracos na nossa caminhada com o Pai. O filme fala muito da cultura espartana. O que vi foi um grande exemplo para nós, cristãos. Exemplo de determinação, garra e persistência. Vejam só:

Os espartanos, assim que nascem, são examinados; se não forem fisicamente perfeitos, são jogados do alto de um monte, pois não servem para ser espartanos. Deus também escolhe os fortes. Ele não escolhe ninguém para viver uma vida cristã miserável. Ele não escolhe ninguém para viver “se arrastando”, murmurando. Se ele te escolheu, meu irmão, é porque você tem forças pra enfrentar a batalha. É escolha sua enfrentar ou fugir. Força você tem – a Rocha, Jesus Cristo. “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados [...]”. Efésios 4:1

Os espartanos, desde cedo, em casa mesmo, são treinados pra guerra. Seus pais os ensinam o que é garra, honra e os fazem orgulhosos de serem o que são. Quando escolhemos andar com Deus, desde cedo Ele já nos coloca em posição de batalha. E parece que, ao longo do tempo, as batalhas só vão se intensificando, dificultando. Ele sabe exatamente quando estamos prontos para subir mais um degrau em nossa caminhada. Às vezes fazemos “manha”, dizendo que não estamos prontos, ou que a batalha está muito difícil. Mas é Ele quem sabe, é Ele quem sonda os nossos corações e sabe o potencial que há em nós. A vida do cristão é toda um treinamento, pois precisamos ser usados para abençoar este mundo. “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo [...]”. Efésios 4:13.

Aos 7 anos de idade, era o Estado que tomava conta dos meninos espartanos, treinando-os duramente para a guerra. Pense nos pais de Esparta; garanto que, se fossem atender ao que pedia seu coração, jamais enviariam seus filhos para serem açoitados, feridos, abandonados e tudo mais o que o governo fazia com eles para que fossem treinados. O desejo de um pai é sempre ver seu filho bem. Só que o “bem” nem sempre significa “aconchegado”. Deus não quer nos ver sofrendo, mas, assim como os pais espartanos, sabe que se não formos “moldados”, mesmo em meio a sofrimento, não agüentaremos os ataques do inimigo (no caso, o inimigo de nossas almas – Satanás). Ele deixa que sejamos treinados até a exaustão para o nosso bem.

Aos 12 anos de idade, os meninos espartanos eram abandonados em penhascos, florestas, para que lutassem por sua sobrevivência. Por muitas vezes na nossa caminhada com Deus, vamos pensar que estamos sós. Abandonados. Deus nos permite ter esses “desertos” em nossa vida, mas mais uma vez não passa de um treinamento.

Já no exército, suas armas de luta são um elmo, a capa, a espada e o escudo. O que mais me chama a atenção é o escudo – ele serve para defender o companheiro que está à esquerda, protegendo-o na altura do pescoço à coxa. Isso mantinha a unidade do exército espartano. Só que nós, cristãos, na maioria das vezes, somos egoístas. Pensamos que podemos batalhar sozinhos e, por isso, somos levados a pensar que não temos o dever de proteger nossos irmãos. Mas TEMOS. “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro [...]”. 1 Pedro 1:22.

Quando sentiam que o momento da luta estava chegando, os espartanos não se acovardavam – sabiam que quanto maior fosse a luta, maior seria a glória. A maneira certa de agir é nos alegrarmos na tribulação. Nem sempre agimos assim, mas este deve ser o nosso pensamento. Devemos encarar nossas batalhas com garra, sabendo que o Senhor nos dará forças e, portanto, toda glória será Sua. “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” 2 Coríntios 4:16-18

Ufa... Pois sim. “300” falou comigo nesse sentido. E saí de lá fortalecida, sabendo que o Senhor me ama tanto, que falou exatamente o que meu coração precisava, de uma forma bem diferente. Glória a esse Deus maravilhoso!

17 março 2007

Everlasting Friendship


Parece que o foco das minhas reflexões estão sendo as músicas da Pra. Ludmila Férber. A última foi sobre amizade, onde se diz: "O amigo sabe o nível das batalhas que nós temos / O amigo sabe o nível dos limites que rompemos / O amigo fica firme ao conhecer nossa fraqueza / O amigo está presente para nos fortalecer / O amigo está lá quando a dor é violenta / O amigo está lá e vê a força da tormenta / O amigo fica junto e permanece assim, de pé / Conhecendo as nossas crises e nos sustentando em fé".



Como eu disse pra uma amiga de verdade: fiquei foi triste... Amigos de verdade - esses são poucos. Dá pra contar nos dedos os amigos nesse nível: que sabem quando você está triste e que se aproximam com o real interesse de entender o que se passa em seu coração; que te conhecem bem demais e mesmo assim gostam de você; que estão sempre ali ao lado. Poxa. Alegrei-me, então. São poucos, mas eles existem. E são minhas colunas, meu chão por muitas vezes quando estou fraca. Obrigada, Senhor! E obrigada a vocês, meus amigos de verdade, por existirem. Vocês sabem quem são.

06 março 2007

Buscar a Deus é sempre preciso...

Quando tudo parece estranho ao redor
Buscar tua face é preciso, Deus
Quando a gente não sabe o que está ocorrendo
Buscar tua face é preciso, Deus
Quando a fúria dos ventos vem contra nós
E a vontade é sumir e calar a voz
É nessa hora que a gente precisa lutar
E jamais desistir
Justamente agora é o momento de se humilhar
E buscar a face de Deus
Mirar no alvo das portas do inferno
E arremeter com fúria e fé contra elas
Completamente ungido e revestido de poder
Equipado com as armas de guerra
Não parar de orar
Não parar de adorar
Não parar de profetizar
Não parar de interceder
Não parar de vigiar
Não parar de lutar
Não parar de sonhar, não parar
Não desistir do chamado
(Buscar Tua face é preciso - Ludmila Férber)