Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

12 junho 2012

Sobre compartilhar, orar e viver igreja


Em minha igreja nos dividimos em pequenos grupos – os chamados PGs. Somos mais de 4000 pessoas, então a melhor maneira que encontramos de cuidarmos uns dos outros foi esta: formando “pequenas igrejas” nos lares. Reunimo-nos, na maioria dos casos, uma vez por semana, na casa de alguém ou em outro lugar combinado. Assim, lemos a Bíblia e compartilhamos nossas alegrias e lutas, vivendo o que acreditamos ser o real sentido de igreja – corpo, unidade, família.
Nos últimos dias me veio à mente esta analogia muito óbvia de igreja como família, de fato. Dentro do pequeno grupo ao qual pertenço, muitas de nós temos enfrentado batalhas ferrenhas quanto a relacionamentos, trabalho, família e até mesmo com pensamentos nada construtivos que insistem em tomar conta das nossas mentes. A diferença é que tudo isso tem sido compartilhado, ou seja, passa a não ser mais batalha de uma pessoa só, mas de um pequeno e poderoso exército de pessoas que seguram as mãos, oram, agem. “Levai as cargas uns dos outros…” (Gálatas 6:2). E disso temos visto o resultado, contemplando MARAVILHADAS o que Deus é capaz de fazer quando saímos da nossa “concha” e decidimos dividir as lutas umas com as outras – são traumas curados, situações resolvidas, perdão derramado.
Isso me fez pensar em como é interessante a força da oração. A Bíblia nos diz que “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16). E quando fala de “justo”, não se refere àquela pessoa perfeitinha, pois de perfeitos não temos nada. Refere-se àquele que foi justificado por meio de Cristo, ou seja, que o aceitou como Senhor e Salvador de sua vida e, dali pra frente, passou a ter o coração trabalhado no sentido de ter Jesus como exemplo.  Vejo isso nas amadas com quem convivo no pequeno grupo: nada de perfeição, mas coração muito sincero e cheio de fé de que Deus ainda vai nos surpreender muito nessa caminhada, lembrando que problemas divididos significam celebração de vitória conjunta. Que esse Deus excelente ainda me permita ver de perto muitas superações e conquistas na vida de meus irmãos, através da maravilha de compartilhar, orar e viver igreja.
Texto publicado no blog Cotidiano e Fé do Jornal O Povo, em 26/04/2012

Sonhar sem limites


-        Fabi?
-        Sim, Bárbara.
-        Eu tenho um sonho, sabe?
-        Hum…
-        Eu quero pintar meu cabelo de preto. Então vou viajar para o Japão, aprender japonês e ser uma cantora japonesa famosa. Sabe por quê? Porque eu tenho olhos puxados.
Este foi um dos meus diálogos com uma amiga portadora de Síndrome de Down com quem trabalhei por um ano num país distante. O que acho particularmente interessante nas pessoas especiais é a habilidade de sonhar sem limites. Nós, que, via de regra, nos consideramos mais “normais” que eles, colocamos nossos sonhos num patamar de possibilidade que não nos permite crer no que parece impossível. Nós sonhamos baixo; eles sonham alto. É como se, de certa forma, limitássemos até mesmo o agir de Deus em nossas vidas, sonhando somente com o que está ao nosso alcance, o que poderíamos obter com nosso próprio esforço.
Pergunto-me então: qual a graça? Onde fica o Deus do impossível? Somente nas nossas canções? De jeito nenhum. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. O mesmo Deus que criou o mundo, abriu o mar, ressuscitou mortos e parou o tempo é o meu Deus de hoje, com quem converso e que me guarda dia após dia. O mesmo Deus que fez o coração de Bárbara fez o meu também. Desde então aprendi a sonhar, dessa vez direitinho, colocando tudo nas mãos do Senhor.
Texto publicado no blog Cotidiano e Fé do Jornal O Povo, em 02/03/2012

O certo, o errado e todo o resto


O ator Daniel de Oliveira, ao interpretar Cazuza, disse uma frase que me deixou intrigada: “Existe o certo, o errado e todo o resto”. Não querendo entrar na questão de relativizar valores e princípios, caiu como uma luva sobre os meus atuais questionamentos com Deus.
Faz um tempo que ando cheia de perguntas. Fico até pensando se Deus tem uma filha mais “perguntadeira” que eu. Há princípios bíblicos pétreos – claros e imutáveis, onde Deus é categórico ao nos dizer SIM ou NÃO. No entanto, nem sempre nossas perguntas a Ele se enquadram neste perfil. Pela lógica cristã, fico revirando minha Bíblia em busca de respostas. E nem sempre encontro, o que a princípio me parece frustrante e me leva a perguntar (pra variar…): “Por que nem sempre a Bíblia serve como nosso ‘oráculo pessoal’?” É tão bom quando abrimos o santo livro e “pá” – lá está a resposta, brilhante e objetiva.
É aí que a luz brilha dentro da minha mente e do meu coração. Lembro que Jesus, ao voltar para perto do Pai, garantiu que não ficaríamos sozinhos. Ele nos deixou o Conselheiro, o Espírito Santo, que habita dentro de nós e nos guia nas mais diversas situações – inclusive nesta.
“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.” (João 14:16-17, NVI)
Percebi a facilidade tremenda com que esqueço este Deus tão presente em minha vida. Uma famosa música cristã diz: “Espírito Santo é Deus morando em mim”. Deus mora em mim!!! Tem coisa mais incrível que isso? Sem mais razões pra me apavorar diante dos meus questionamentos, vi que essa própria luz que brilhou dentro de mim foi o Espírito Santo me cutucando para buscar nEle as respostas. Então, joelho no chão, perguntas a Deus, aguardando que Ele, através de seu Espírito (que mora EM MIM – que coisa boa de repetir!) me dê paz para tomar o caminho certo, conforme descrito em Colossenses 3:15: “Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração (…)”.
Para o certo e o errado, existe a Palavra de Deus, nosso manual de instruções. E, em todo caso, recorramos ao Espírito Santo, o melhor de todos os conselheiros, que habita dentro de todo aquele que já rendeu sua vida à cruz de Jesus Cristo.
Texto publicado no blog Cotidiano e Fé do Jornal O Povo, em 01/02/2012