Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

24 junho 2008

"A festa surpresa só começou..."

"Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." (Provérbios 4.18)

Dei de cara duas vezes com este versículo na última semana e, pela fé, tomei-o para minha vida. No último post havia falado como as coisas de Deus às vezes são absurdas aos olhos humanos. A verdade é que o Pai, quando percebe que nossa vida não está sendo construída sobre sólido fundamento, derruba tudo para poder reconstruir com perfeição.

Houve um tempo em que eu esperava várias coisas de Deus. Daí escrevi um texto nesse blog chamado "Festa Surpresa". E ontem mesmo falei com um amigo sobre esse texto, sobre como Deus é cuidadoso conosco e só prepara o melhor para nossas vidas. Soou como profecia para mim mesma - ontem à tarde recebi o resultado de uma seleção de emprego que eu estava fazendo e, percebam, FUI CONTRATADA!!! Meu amigo falou: "E tua festa supresa está só começando, Fabi! Vai ser igual a uma festa de 15 anos!". Glória a Deeeeus! Eu recebo! Sei que o Senhor ainda tem muitas promessas a cumprir em minha vida!

O versículo fala que a vereda dos justos é como o raiar do sol, que, aos poucos, torna o dia claro. O justo, aqui, não é "o cara", o bonitão pra Deus. Neste sentido, a Bíblia fala que não há sequer um ser humano com este perfil (cf. Romanos 3:10). O justo, é aquele justificado pela fé em Cristo, ou seja, aquele que tem Jesus como seu Salvador e que encontra Nele o seu exemplo de vida. Nesta segunda categoria sei que posso me incluir. Então, é promessa do Senhor para mim que minha vida será assim, como o raiar do sol - e o sol subirá e resplandecerá até ser dia perfeito! Se nossa vida está nas mãos do Senhor, sob Seu soberano controle, Ele faz com que ela brilhe. Não que tudo nela seja perfeito e próspero, mas há sempre uma diferença ao se comparar com a vida daqueles que correm confiando em suas próprias forças. Nossa força, confiança e orgulho têm que estar no Pai, que nos criou e que escreveu toda a nossa história. Assim sendo, poderemos esperar que as surpresas de Deus em nossa vida sejam cada vez mais radiantes, como o sol.

Mas o que sinto com mais convicção em meu coração, neste momento, é que nenhuma conquista valeria a pena e me traria tanta alegria se eu não soubesse que foi dada pelo Senhor. Nada tem muita graça se não for com Ele. Só Sua presença é que traz alegria permanente ao coração.

E que venha o dia perfeito...

11 junho 2008

Nada de óbvio!


Eu estava vendo um comercial de TV onde um homem já "quarentão" falava sobre tudo o que ele pensava que ia acontecer em sua vida e que, de fato, não ocorreu como ele imaginava. Realmente... Tem certas coisas em nossa vida que, exatamente quando as damos por certas, concretizadas, pétreas, Deus vem, dá uma "bagunçada" e você vê que não era pra ser nada daquilo que você estava projetando.

O comercial me fez pensar: as coisas de Deus não são nada óbvias. O profundo desejo do Senhor para a vida dos Seus é algo verdadeiramente insondável. Na verdade, nem sei por que me surpreendi - lá em I Coríntios 1:27-29, Paulo já nos alertava: "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele". Davi era o mais franzino de seus irmãos. José do Egito, o caçula sonhador. Abraão e Sara, estéreis. Moisés, um gago medroso. Raabe, uma prostituta. Pedro, um pescador iletrado e de cabeça-quente. Paulo, um perseguidor e assassino de cristãos. Jesus, um homem pobre que desobedecia as leis e andava com gente mal-falada. Há alguma lógica em algum desses ser predestinado para marcar a História? Nenhuma! E você, quem é? O que tem feito? Por onde tem andado? Para Deus, pouco importa, pois, graças à Sua misericórdia, Ele não age sob a lógica humana.


No momento em que colocamos nossas vidas nas mãos de Deus, Ele se propõe a fazer conosco uma linda reconstrução. Falo aqui não do momento em que aceitamos Jesus como nosso Senhor e Salvador, mas no instante em que percebemos que nossa entrega a Ele tem que ser TOTAL, de TODOS os aspectos de nossa vida. A partir daí, Deus faz da nossa vida o que Ele quiser. E neste processo é muito provável que algumas reviravoltas aconteçam. Algumas certezas titubearão, outras tantas cairão, a fim de que o Senhor vá fixando em nossos corações somente aquilo que Ele de fato tem para nós.

É ruim ver um plano dar errado, um sonho se frustrar, um ideal morrer, ou ter que voltar atrás quando já andamos metade do caminho. Porém, como diz Paulo em I Coríntios 13:9, "porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos". Nós sonhamos dentro da limitação de nossas mentes; só queremos até onde nossos olhos alcançam. Aquilo com que tanto sonhamos pode ainda não ser a plenitude do que Deus tem para nós - Ele tem mais, Ele quer nos dar o melhor. A continuação do capítulo diz: "Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado" (I Coríntios 13:10). Quando virmos se concretizar a perfeita vontade de Deus para nossas vidas, até esqueceremos o que estávamos sonhando antes dela! Acho até que diremos: "Onde é que eu estava com a cabeça quando desejei isso?".

Vale a pena DEMAIS servir a esse Deus maravilhoso, não por todas as bênçãos que Ele tem a nos dar, mas por essa incrível caminhada de fé e preciosos ensinamentos - nada óbvios ou lógicos - que Ele tem para Seus filhos.

03 junho 2008

Não, obrigada!


Dia desses, eu estava conversando com um amigo que me contava ter feito uma tatuagem. Somente contava, nada - como se não bastasse o relato, ele me mostrou as fotos de todo o doloroso processo. Doloroso até de ver. Não me contive em minha curiosidade e fiz a pergunta mais clichê de todas - "Doeu muito?", "Fabi, - ele respondeu - no começo até dói, mas depois a gente se acostuma com a dor". Noooossa. Acostumar-se à dor? Aquilo foi profundo, pelo que passei a refletir sobre o assunto.

Creio que, filosoficamente falando, na abrangência da palavra viver, está implícito o sentimento da dor. A gente já começa a vida aqui do lado de fora do ventre materno sentindo dor: a dor do frio cortante, a dor de sentir as paredes de nossos pulmões se “despregando” uma da outra para que o ar entre, a dor da luz entrando pela primeira vez em nossos olhos, ou mesmo a dor da palmada do médico para que a gente chore. O choro dura até que encontramos o aconchego dos braços quentes de nossa mãe e do seio que por um tempo nos dará o alimento. Mal sabemos que este é só o começo da grande montanha russa da vida, onde oscilaremos entre momentos de extrema alegria e de dores tremendas.

Sentir dor é normal. É humano. Mas “acostumar-se à dor” foi algo que soou novo aos meus ouvidos. Passei a refletir se, alguma vez na vida, eu já havia deixado que a dor se estabelecesse de tal forma em meu coração que eu me acostumei à sua presença constante. Creio que sim. E creio que isso já aconteceu com você também. Episódios ocorrem em nossa trajetória neste mundo e nos causam dor lacerante no coração. A dor da morte de alguém que se ama, a dor de planos que foram frustrados, a dor de uma traição, de um elo de amizade rompido, a dor de uma depressão que não se cura. Às vezes a dor se entranha de tal forma que parece ter-se aderido à nossa própria personalidade. Aí o semblante decai, o brilho no olho desaparece, a postura se enverga e a pessoa passa a não viver a plenitude do que Deus tem para sua vida; está sempre com aquele fardo da dor sobre suas costas. Acostumou-se a levar aquela carga; muitas vezes nem se lembra quando tudo aconteceu, mas é certo que a dor está ali, aderida ao seu coração.

Por que Deus permite que Seus filhos sintam dor? Será que Ele se agrada em ver nossas lágrimas? De modo algum. Sua Palavra está repleta de mensagens que deixam claro que Deus se compadece da dor de Suas ovelhas: “Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?” (Salmo 56:8); “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). Quando estamos debaixo da mão de Deus, ou seja, sob esta proteção especial que somente Seus filhos têm, até mesmo a dor é fruto da vontade permissiva de Deus para que sejamos moldados. “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (2 Coríntios 7:10); “Melhor é a mágoa do que o riso, porque a tristeza do rosto torna melhor o coração.” (Eclesiastes 7:3). Até a pior dor no coração que um servo de Deus venha a sentir, deve trazer-lhe à consciência que o Senhor está no comando, contando cada lágrima que cai e moldando seu caráter.

Mas o que me veio mesmo ao coração através de toda essa experiência foi uma frase de Jesus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Se temos a certeza de que estamos andando conforme a vontade do Senhor, a dor nada mais é do que um aperfeiçoamento, um treinamento. Não podemos deixar que ela nos abata e nos tire do caminho perfeito que o Senhor tem trilhado para nós. Assumamos nossa dor e, antes que ela se infiltre nas paredes de nosso coração, entreguemo-la ao Senhor dos Exércitos, ao rei Jesus. Entremos em júbilo nos átrios do Pai para adorá-lo em tempo bom ou ruim, em dor ou em regozijo. Quando decidimos adorar a Deus pelo que Ele é e por tudo o que já fez, mesmo em tempo de agonia, vemos que a dor e o sofrimento vão embora e dão lugar a um sentimento de paz e a uma “estranha” confiança de que tudo vai dar certo. E, confiando no que Jesus falou, sabemos que Ele toma todas as nossas cargas, pesos, tribulações, preocupações, coloca em Suas costas e, ao tempo certo, nos livra daquela dor. No lugar dela, restam perseverança e ESPERANÇA, e um caráter inabalável. Sentir a dor e saber entregá-la a Deus é sinal de desenvolvimento em nosso relacionamento com Ele. Acostumar-se à dor? Passar a vida rastejando? Não, obrigada. Isso seria “andar pra trás”.

"E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que atribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." (Romanos 5:3-5)

“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer inabaláveis.” (Efésios 6:13)