Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

25 setembro 2007

Maracajá

Neste último final de semana estive, juntamente à Missão Exército da Luz, em Maracajá, umas vila a 16 quilômetros de Pentecoste, Ceará. Eu não poderia, depois de tudo que vivi ali, deixar de colocar algumas de minhas impressões sobre aquele lugar e sobre o que Deus é capaz de fazer num só dia.

Todas as vezes que vou para um evento de evangelismo ou para a missão (que só ocorre de 2 em 2 meses), faço uma oração específica ao Senhor: peço sempre uma vida. Não obrigatoriamente que uma vida se converta a Ele através de mim, mas que eu tenha a oportunidade de falar com uma pessoa e ela ouça o que tenho a dizer a respeito de Jesus e da Salvação. Se eu alcançar isso, já fico mais do que satisfeita, tendo em vista a dificuldade que se encontra hoje em dia de que as pessoas simplesmente parem pra te escutar.

Chegamos a Maracajá por volta de 01:00 hora da manhã de sábado (22/09). Na estrada de terra muita poeira e quase nenhuma casa até finalmente chegarmos ao vilarejo e à pequena escola onde iríamos passar a noite e fazer o trabalho social. Devido à euforia, quase não conseguimos dormir, mas nem por isso acordamos cansados (nível de adrenalina altíssimo).

Só ao amanhecer pudemos começar a contemplar o lugar para onde o Senhor havia nos levado: sertão do Ceará típico, como eu nunca havia visto pessoalmente - plantas com galhos completamente secos, casinhas de taipa, muita poeira, pessoas (inclusive crianças!) trabalhando em minas de cal. O friozinho da noite e do início da manhã logo sumiu e deu lugar a um calor escaldante. Respirar enchia nossas narinas de um ar seco e empoeirado. "Quem, em sã consciência, se alegraria em passar sequer um dia aqui?" - perguntei a mim mesma, estranhando a alegria e euforia que estranhamente inundava o meu coração e o das mais de 50 pessoas que se deslocaram de Fortaleza até ali. Só mesmo um povo com a mente e o coração de Cristo (cf. I Co. 2:16).

Então, pé na estrada. Dividimos os evangelistas em grupos e fiquei, juntamente a 8 irmãos, com uma parte do vilarejo que ficava a uns 6 km dali (segundo um dos missionários que já conhecia a região). Confesso que me amedrontei com a distância - meu joelho tinha doído muito nos últimos dois dias por causa do ensaio da dança. Mas fui.

Quando finalmente chegamos ao local, depois de até levarmos uma "porta na cara" de uma senhora que disse que estava saturada de toda aquela história que contávamos, chegamos a um oásis. Pelo menos ali foi MEU oásis. Casa simples, uma idosa na varanda, com seu netinho. Comecei a falar de Jesus para eles, contei histórias. Mas parece que o Senhor tinha me conduzido até ali para aprender, e não para ensinar. Que lição fantástica de fé que aquela mulher me deu. Disse que fazia sua "reza" a Deus todos os dias, e que tudo o que ela pedia chorando, o Senhor concedia a ela. E chorando contou que as pessoas da comunidade a chamavam de "macumbeira", pois tudo o que ela empreendia prosperava. Devota de santos, ainda não entendia o sacrifício do Senhor Jesus na cruz, então explicamos. Entre lágrimas de desabafo por algumas situações pelas quais estava passando, dona Evarista (esse é seu nome) se rendeu ao amor de Deus e nos deixou fazer uma oração por ela (nesse momento, todos os irmãos que tinham ido evangelizar no nosso grupo já estavam lá, emocionando-se com o mover de Deus naquele local). Oramos e até seu netinho Bruno disse que queria pedir pra Jesus entrar em seu coração.

E voltamos para a escola, naquela estrada de cal e terra, jubilantes com o ocorrido. Muitas outras bênçãos aconteceram ali, e cada um de nós trouxe algo maravilhoso para contar (lembram do meu joelho doente? não senti mais nada!). Não posso nem descrever aqui a alegria que sinto nesse momento, morrendo de saudades de todas aquelas pessoas que Deus motivou a participarem da Missão, e do povo de Maracajá e Pentecoste (onde fizemos impacto evangelístico à noite).

Que Deus nos encha cada vez mais de muito amor e nos permita trilhar mais veredas como esta para viver experiências que só Ele, em Sua infinita graça, pode nos proporcionar.

“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.” (Romanos 10:13-15)

Abaixo, fotos que eu trouxe de lá. Na ordem: 1. Ruas de Maracajá; 2. Casinha humilde como quase todas as outras que haviam lá; 3. Mina de cal onde a população (inclusive crianças) se reveza em turnos de 12 horas, ganhando R$ 2,50 por jornada de trabalho; 4. Essa sou eu com o Bruno, neto de dona Evarista (ela não quis tirar foto...); 5. Pôr-do-sol na volta de Maracajá para Pentencoste; 6. Dança no impacto evangelístico na praça de Pentecoste, no sábado à noite.
Tenho mais fotos no meu álbum do orkut! Se você quiser participar ou ajudar a Missão Exército da Luz, fale comigo. Paz do Senhor a todos!!!

Um comentário:

Gurgel disse...

e eu achei q vc não conhecesse o outrocentrismo... depois desse texto, quer ensinar pra mim?

Essas missões de vcs vão estar sempre em minhas orações. São impagáveis.

Beijos, Fabi!