Por dentro de quase nada, mas querendo mostrar o que há dentro de mim. Meu nome é Fabiana e às vezes escrevo coisas.

12 junho 2012

Sonhar sem limites


-        Fabi?
-        Sim, Bárbara.
-        Eu tenho um sonho, sabe?
-        Hum…
-        Eu quero pintar meu cabelo de preto. Então vou viajar para o Japão, aprender japonês e ser uma cantora japonesa famosa. Sabe por quê? Porque eu tenho olhos puxados.
Este foi um dos meus diálogos com uma amiga portadora de Síndrome de Down com quem trabalhei por um ano num país distante. O que acho particularmente interessante nas pessoas especiais é a habilidade de sonhar sem limites. Nós, que, via de regra, nos consideramos mais “normais” que eles, colocamos nossos sonhos num patamar de possibilidade que não nos permite crer no que parece impossível. Nós sonhamos baixo; eles sonham alto. É como se, de certa forma, limitássemos até mesmo o agir de Deus em nossas vidas, sonhando somente com o que está ao nosso alcance, o que poderíamos obter com nosso próprio esforço.
Pergunto-me então: qual a graça? Onde fica o Deus do impossível? Somente nas nossas canções? De jeito nenhum. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. O mesmo Deus que criou o mundo, abriu o mar, ressuscitou mortos e parou o tempo é o meu Deus de hoje, com quem converso e que me guarda dia após dia. O mesmo Deus que fez o coração de Bárbara fez o meu também. Desde então aprendi a sonhar, dessa vez direitinho, colocando tudo nas mãos do Senhor.
Texto publicado no blog Cotidiano e Fé do Jornal O Povo, em 02/03/2012

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