Em minha igreja nos dividimos em pequenos grupos – os chamados PGs. Somos mais de 4000 pessoas, então a melhor maneira que encontramos de cuidarmos uns dos outros foi esta: formando “pequenas igrejas” nos lares. Reunimo-nos, na maioria dos casos, uma vez por semana, na casa de alguém ou em outro lugar combinado. Assim, lemos a Bíblia e compartilhamos nossas alegrias e lutas, vivendo o que acreditamos ser o real sentido de igreja – corpo, unidade, família.
Nos últimos dias me veio à mente esta analogia muito óbvia de igreja como família, de fato. Dentro do pequeno grupo ao qual pertenço, muitas de nós temos enfrentado batalhas ferrenhas quanto a relacionamentos, trabalho, família e até mesmo com pensamentos nada construtivos que insistem em tomar conta das nossas mentes. A diferença é que tudo isso tem sido compartilhado, ou seja, passa a não ser mais batalha de uma pessoa só, mas de um pequeno e poderoso exército de pessoas que seguram as mãos, oram, agem. “Levai as cargas uns dos outros…” (Gálatas 6:2). E disso temos visto o resultado, contemplando MARAVILHADAS o que Deus é capaz de fazer quando saímos da nossa “concha” e decidimos dividir as lutas umas com as outras – são traumas curados, situações resolvidas, perdão derramado.
Isso me fez pensar em como é interessante a força da oração. A Bíblia nos diz que “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16). E quando fala de “justo”, não se refere àquela pessoa perfeitinha, pois de perfeitos não temos nada. Refere-se àquele que foi justificado por meio de Cristo, ou seja, que o aceitou como Senhor e Salvador de sua vida e, dali pra frente, passou a ter o coração trabalhado no sentido de ter Jesus como exemplo. Vejo isso nas amadas com quem convivo no pequeno grupo: nada de perfeição, mas coração muito sincero e cheio de fé de que Deus ainda vai nos surpreender muito nessa caminhada, lembrando que problemas divididos significam celebração de vitória conjunta. Que esse Deus excelente ainda me permita ver de perto muitas superações e conquistas na vida de meus irmãos, através da maravilha de compartilhar, orar e viver igreja.
Texto publicado no blog Cotidiano e Fé do Jornal O Povo, em 26/04/2012