Lendo recentemente uma reportagem do Washington Post, vi uma situação no mínimo curiosa: colocaram Joshua Bell (o maior violinista da atualidade) para tocar perto de uma estação de metrô da cidade. Durante 43 minutos, o músico expôs sua arte de forma majestosa diante de uma plateia... quase insignificante. Acreditem: pouquíssimas pessoas pararam para apreciar o violinista que, em vão, tocava uma peça de Bach em seu violino Stradivarius.
Enquanto que em um concerto seu não se pagaria menos que 100 dólares pelo ingresso, o músico conseguiu arrecadar dos transeuntes meros 32,17 dólares, excluindo os 20 dólares doados pela única pessoa que o reconheceu. Isso rendeu alguns dados em pesquisas sobre contingentes populacionais elevados e falta de memória dos cidadãos que vivem em grandes centros urbanos.
Creio que nós, cristãos de grandes centros urbanos, também sofremos de um deficit de memória quando o assunto é atentar para a ilustre presença de Deus quando nosso dia-a-dia é uma correria só. É difícil mesmo - não estou acusando ninguém e falo de mim mesma. Esta foto que coloquei no início deste post foi um momento de "lucidez" meu quando estava vindo para o trabalho na semana passada. Respirei fundo, olhei para o céu e lá estava ele - o perfeito arco colorido que celebra a fidelidade de Deus. Era como um Joshua Bell tocando maltrapilhamente perto de uma estação de metrô.
A presença de Deus em nossas vidas muitas vezes se dá dessa forma - tão simples que mal somos capazes de percebê-la. É fácil ver Deus nos grandes milagres ou buscá-lo em meio às tempestades. Mas a verdade é que o Pai se mostra presente em nossas vidas o tempo inteiro, tocando uma sinfonia de cuidados, carinhos e atenções por cada um dos Seus filhos. Mas nós, atordoados com nossos afazeres e cegos com a rotina, não percebemos. Convidei-me, desde então, a tentar apreciar Deus não só nas pequenas coisas, mas nos eventos extraordinários que invadem meu cotidiano e que, com certeza, vêm Dele para me chamar a atenção à Sua grandeza e soberania.
Vi a formiga pequenina que invadia minha mesa de trabalho, levando a migalha de bolacha que eu deixei cair perto do teclado - que força o Senhor dá até aos pequenos seres para trabalharem e honrarem o dom da vida. Senti no vento frio que a chuva trazia a bondade de Deus em nos dar esse tempo por vezes tão louco, mas que nos proporciona sensações e humores interessantes. Percebi que no dia em que eu chego mais desanimada, a amiga Elis (que tem um irmão que trabalha com flores) traz uma rosa muito cheirosa, o que me anima de vez - cuidado de Deus em nos fazer ver que o amor, aqui representado pelo carinho, é o que mais importa. Não há como não ver e não amar um Deus assim...
5 comentários:
amiga...
vc consegue colocr em palvras o que eu sinto!
te amo!
Ow Fabi, que lindo!!!
Eu que me acho boba por atentar nesses detalhes...boba nada ne? isso é o melhor da vida.
beijos.
Deus para muitos não passa um nome, um mito, um fenômeno criado, um mito, ..., um personagem universal. Pelos séculos fazem de Deus um ente histórico, religioso e até psicológico. Quem de fato é Deus?! Por ventura Deus é um problema a ser resolvido?! Uma pergunta a ser respondida?! Um mistério a ser desvendado?! Ora, o homem não sabe nem mesmo de si. Ele nem mesmo se conhece. Neste estado como pode saber do seu criador?! “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscares de todo coração”, diz o Senhor. E se é assim, Ele não pode ser conhecido por meio da racionalidade, não pode ser lembrado por meio da memória.
Edson Carmo
Fabi, meu querido amor,
é bom ver que vc voltou a postar na blog, é muuuuito bom o que vc escreve.E é tudinho verdade, as vezes , corremos tanto no dia-a-dia
que esquecemos da presença de Deus....
Saiba que sempre eu vou te amar....
BEIJAÇOO0
Primeiro, MUITO obrigada por ter deixado aquele comentário pequeno, porém importante. Eu escrevo pq é o que me faz bem e saber que outras pessoas gostam, me dá vontade de escrever atééééé... Outra: que palavras lindas ;] parabéns também ;]
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