Xenofobia: xe.no.fo.bi.a, feminino. Aversão apresentada diante do diferente, um medo do desconhecido. A primeira vez que ouvi esta palavra foi em alguma aula de História Geral, no Ensino Médio, referindo-se aos espartanos, que cultivavam uma aversão aos estrangeiros; professor explicou seu sentido. Mas isso não vem ao caso...
Recentemente esta palavra me voltou à mente, pelo justo motivo de meu subconsciente ter sondado meu "HD cerebral" em busca de uma descrição para o que eu estava sentindo. Estava com medo de encarar algumas novas situações em minha vida. Dentre elas, a nova igreja. Por vezes penso que caí lá de pára-quedas, mas então páro para refletir e vejo o cuidado de Deus em colocar situações e pessoas em minha vida que sempre me levam ao lugar onde Ele me quer: o centro da Sua vontade. Aconteceu muito rápido e me deu medo. Creio que, no fundo, quase todos nós somos um tanto xenófobos. "Será que o Senhor me quer mesmo aqui? Será que tem um lugar pra mim no meio de tantos ministérios já formados e estruturados? Será que vou conquistar o amor e confiança desses irmãos?". Muitas perguntas inundavam a minha mente e parecia que em cada uma delas vinha carimbado: XENÓFOBA. Medrosa. Covarde.
O fato é que sempre perguntei muito a Deus onde eu deveria estar para que o agradasse com mais eficácia. [Como se Deus fosse me amar um pouco mais ou um pouco menos por causa disso...]. O problema é que sempre pensei no "centro da vontade de Deus" como um ponto geográfico onde o Senhor nos coloca e onde devemos servi-lo com obediência e dedicação. Daí minhas dúvidas, dilemas e buscas por respostas na Bíblia e em pregações. Até que a inusitada brisa do Senhor soprou em uma conversa com uma amiga (que nem imagina o quanto foi usada pelo Pai) - "Fabi, pra quem deseja servir a Deus com todo o coração, o lugar é o que menos importa. Deus sempre tem um cantinho em qualquer lugar deste mundo pra quem deseja servi-lo". Senti um baque, daqueles que sempre sinto quando o Senhor me abre os olhos para coisas novas. Minha convicção de que Deus tem um lugar geográfico para cada um foi por água abaixo. O "centro da Sua vontade", para minha vida, levo comigo aonde quer que eu vá. [Não estou, em momento algum, defendendo a teoria de que devemos andar errantes, sem que sejamos pastoreados. Só estou querendo expor que não há de se viver em medo quando o Senhor nos coloca diante do novo e do inusitado].
A xenofobia foi-se embora e, em seu lugar, está até hoje um sentimento tão grande de liberdade, que me dá vontade de a todo momento gritar o quanto Deus é bom e como está comigo "mesmo no vale da sombra da morte" (Cf. Salmo 23). E desde então minha vida tem sido basicamente experimentar o novo de Deus a cada dia...